Debate sobre migrações e mudança do clima visa propor agenda de pesquisa

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Rede Clima e Organização Internacional para Migração da ONU contemplaram diferentes aspectos climáticos que interferem na mobilidade humana

 

A mobilidade humana no contexto da mudança do clima foi o tema do seminário científico promovido pela Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e pela Organização Internacional para Migração da ONU (OIM Brasil) que se encerra nesta terça-feira (27), em Brasília (DF). As discussões de pesquisadores e especialistas devem contribuir para a sistematização da pesquisa científica disponível sobre o tema no Brasil e identificar oportunidades e sinergias para aprofundamento da questão.

“O objetivo é identificar temas e tópicos essenciais em que a Rede Clima pode atuar de modo mais sistemático com o desenvolvimento científico, na fronteira do conhecimento, da ciência, e subsidiar boas políticas públicas para o país”, afirmou o coordenador da Rede Clima, Moacyr Araújo. “Estamos fomentando para que a academia, os pesquisadores se envolvam mais com esse tópico”, complementou.

Na mesa de abertura, o diretor do Departamento de Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes, destacou que os deslocamentos de populações no Brasil não são recentes e estão atrelados historicamente a questões socioeconômicas. Na avaliação dele, há possibilidade de intensificação de processos migratórios em decorrência das mudanças climáticas e, por consequência da amplificação de desigualdades sociais. “Ter as ferramentas científicas e ter um governo que se aproprie [dos dados] é essencial”, analisou.

Principal organismo internacional que trabalha com o tema, a OIM foi pioneira ao criar uma divisão associando migração, meio ambiente e mudança do clima. Segundo o chefe da missão da OIM no Brasil, Paolo Giuseppe Caputo, dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), estimam que, em cenários pessimistas cerca de 17 milhões de pessoas poderiam migrar internamente na América Latina até 2050 por causa de impactos e ameaças associados à mudança do clima. Caputo também mencionou que todos os países da América Latina sofrem com fluxos de deslocamentos crescentes devido a impactos de desastres.

Na visão dele, a ciência brasileira tem muito a contribuir para o avanço do conhecimento sobre migração, deslocamento e realocação planejada. “As evidências confiáveis são a base da construção de políticas públicas efetivas capazes de responder adequadamente aos principais desafios enfrentados pela sociedade”, afirmou.

Fonte: gov.br/mcti/pt-br

Imagem: Internet

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