Palestras marcam reunião da Câmara das Mulheres Empreendedoras do Comércio

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A segunda reunião da Câmara Brasileira das Mulheres Empreendedoras do Comércio (CBMEC) – órgão consultivo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) – foi marcada pela apresentação da nova coordenadora do colegiado, Janete Vaz, cofundadora e vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica. O encontro ocorreu na sede da CNC, em Brasília, no da 17 de julho.

“Podemos dividir a vida em três fases distintas: primeiro, aprender; depois, ganhar; e, por fim, devolver. Entendo que aos 68 anos já estou no momento de atender aos chamados da vida e coordenar esse grupo tão plural, com representantes de todo o Brasil, me honra muito”, declarou a coordenadora, que já integra 11 conselhos representativos em âmbito nacional.

Janete compartilhou com as integrantes da Câmara sua experiência profissional e como um sonho de empreender a levou para a consolidação de uma empresa referência no País. “O empreendedorismo não tem gênero. Há oportunidades para todos, mas nós sempre vamos trabalhar pelo protagonismo das mulheres, pela família, com Deus na frente, de forma sistêmica. Esse é meu equilíbrio para o sucesso”, destacou Janete, em sua apresentação.

A cultura organizacional da empresa, o jeito de ser e fazer o melhor e a missão de levar excelência em seus propósitos nortearam a palestra, mostrando que a liderança é um segredo, mas que, com uma equipe afinada, boa vontade e determinação, a excelência é alcançada.

O coordenador-geral das Câmaras do Comércio e Serviços da CNC, Luiz Carlos Bohn, que também é vice-presidente da CNC e presidente da Fecomércio-RS, desejou sucesso para o grupo, que retornou com sede de aprendizado.

“Movimentos como esse nos motivam e fazem esse empoderamento acontecer. Sou um empresário consciente e obediente [sic]. Tenho uma sócia mulher, e 90% das colaboradoras da minha empresa são mulheres. Vocês são assertivas, têm um senso crítico apurado e sempre escolhem melhor”, ressaltou o coordenador-geral.

Palestras

Convidada para falar sobre as transformações para as mulheres e para o Brasil, a advogada Mírian Lavocat fez um panorama das conquistas ao longo dos anos, do direito ao voto até os cargos de liderança em grandes empresas, passando por diversos desafios, inclusive, com o advento da tecnologia.

“A porcentagem de empresas com, pelo menos, uma mulher em cargos de liderança subiu para 87%, um aumento de 12 pontos percentuais, em comparação com o ano passado”, sinalizou Mírian, embasada nos dados da 15ª edição da International Business Report (IBR) – Women in Business 2019, realizada pela Grant Thornton com mais de 4.500 empresários, em 35 países.

Ainda segundo os dados, no Brasil, as mulheres conquistaram mais cargos de liderança nas empresas e passaram a representar 39% do empresariado no País. “Isso coloca o Brasil no top 10 de países com mais “, completou.

Mírian destacou a digitalização dos processos e o trabalho remoto, a ampliação da voz das mulheres, principalmente nas redes sociais e o acesso à informação nos desafios de igualdade no acesso às tecnologias. “É praticamente impossível imaginar a sociedade atual sem a presença de computadores e softwares, e isso só foi possível graças a Ada Lovelace, a primeira programadora da história”, avaliou a advogada.

As integrantes da Câmara ainda debateram a reforma tributária, recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados e que agora segue para o Senado Federal. “Esse modelo nos preocupa, do ponto de vista da forma rápida como foi aprovado, sem um amplo debate com os setores da sociedade e sem a definição de uma alíquota”, destacou Mírian.

Empreendedoras Tech

A coordenadora-geral substituta de Políticas para Comércio e Serviços Digitais, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Raquel Rezende Abdala, fez uma apresentação do programa Empreendedoras Tech, desenvolvido para fortalecer projetos ou empresas de micro e pequeno porte de base tecnológica, lideradas por mulheres. As ações foram realizadas a distância e são destinadas a empreendedoras de qualquer parte do País.

Com edital lançado em fevereiro deste ano, o programa é uma parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap). “O programa de pré-aceleração, visando ao desenvolvimento do negócio, foi feito por meio de mentorias em encontros coletivos, entregas e check points semanais. Os times receberam um auxílio financeiro de R$ 10 mil, e a premiação final será de R$ 50 mil para os três projetos mais bem avaliados”, explicou.

Raquel disse que os 15 times selecionados, que somaram dentre 187 inscritos, vêm de diferentes regiões do País, com representantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais, Alagoas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Ceará.

As tecnologias aplicadas nos projetos estão relacionadas com inteligência artificial, realidade virtual, analytics, desenvolvimento de softwares e hardware, machine learning, cloud computing, impressão 3D, biotecnologia, células-tronco, nanotecnologia, big data, deep learning e mineração de dados.

Nos dias 11 e 12 de julho, os times fizeram a apresentação final das suas soluções e se submeteram à banca avaliadora para escolha dos três vencedores. A premiação dos três primeiros ocorrerá no dia 19 de julho, às 9 horas, pelo canal da Enap no YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCksexEveRkoez2kiEjaKZxQ).

Acompanhamento legislativo

A especialista executiva da Diretoria de Relações Institucionais (DRI) da CNC Thaís Peters falou sobre o Projeto de Lei nº 1.912/2022, de autoria do deputado Carlos Henrique Gaguim (União-TO), que pretende instituir o Programa de Estímulo ao Empreendedorismo Feminino, a fim de incentivar os empreendimentos liderados por mulheres.

“Estamos acompanhando esse projeto em caráter prioritário, com posicionamento favorável, tendo em vista seu mérito. Essa proposta se fundamenta na necessidade de incentivar os empreendimentos liderados por mulheres e, em consequência, o desenvolvimento nacional”, afirmou Thaís.

Thaís explicou ainda que a proposição tem por objetivo fomentar a capacitação de mulheres e a formação cooperativista; promover a cooperação entre entes públicos e o setor empresarial para o empreendedorismo feminino; instituir linhas de crédito facilitadas para criação, manutenção e expansão de empreendimentos femininos; entre outras.

As fontes de recursos para fomento ao programa seriam 40% do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) do Sebrae, 20% do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e 30% dos recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), criado na pandemia pelo governo federal e que se tornou programa permanente.

“A DRI está focada na celeridade da tramitação da matéria e na busca de mobilização parlamentar, no sentido de sua breve aprovação no Congresso Nacional e, posteriormente, no âmbito do Executivo”, concluiu.

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