Ambiente do 5G no Brasil é debatido na Câmara de Tecnologia da Informação

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A última reunião de 2022 da Câmara Brasileira de Tecnologia da Informação (CBTI), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi marcada pelo debate dos desafios que o colegiado terá diante das transformações tecnológicas dos negócios e das formas de trabalho. Nesse contexto, a Diretoria de Economia e Inovação (Dein), em parceria com a Diretoria de Relações Institucionais (DRI), apresentou um panorama dessa transformação digital, especialmente no ambiente 5G no Brasil, apontando ações futuras.

“Trazemos aqui algo além de questões tecnológicas. Estamos falando também de infraestrutura, que necessita, de fato, de uma agenda institucional de inovação. Ou seja, a gente não vai tratar diretamente apenas da tecnologia em si. A gente vai tratar de um ambiente que seja favorável, olhando de uma forma global o ambiente político, um ambiente regulatório, um ambiente tecnológico e de pessoas”, explicou o analista de inovação da Dein William Lima.

Para o coordenador da CBTI, Antonio Florencio de Queiroz Júnior, que também é vice-presidente Administrativo da CNC e presidente da Fecomércio-RJ, o panorama trazido pelas equipes técnicas da Dein e DRI reforça o acerto da direção que a entidade está trilhando. “A CNC está atuando de forma muito mais integrada, mais profunda, de olho nas tendências do mercado, como pode ser visto na Rio Innovation Week”, enfatizou.

5G é agora
Durante a apresentação, William Lima citou o comportamento do consumidor 4.0, um dos grandes temas abordados pela CNC, principalmente como desafio aos empresários no pós-pandemia. Para o técnico, esse ambiente 5G, facilmente perceptível para pessoa física, no aumento de velocidade de comunicação, passa a ser mais importante quando se trata de comércio, uma vez que abrange empresas, na conexão máquina a máquina.

“Está aí a revolução do 5G, na Internet das Coisas. A partir do momento que você tem uma altíssima velocidade de informação, de trânsito de dados, você tem uma maior capacidade de gerar informação para o comércio, ou seja, o empresariado vai poder fazer uma melhor tomada de decisão, com uma tecnologia que revoluciona e é habilitadora de outras tecnologias”, ressaltou Lima, observando que outros países como o Japão já estão discutindo tecnologias 6G e 7G.

Para o analista, quanto maior a quantidade e o fluxo de dados, maior a quantidade de informação gerada e melhor a tomada de decisão para os negócios. Ele apresentou o cronograma previsto para a implementação do 5G no Brasil, com operação em todas as capitais até 2022 e em cidades acima de 500 mil habitantes até 2025, caminhando junto com a instalação de mais antenas pelo País. Nesse sentido, foram enfatizadas todas as ações de infraestrutura a serem adotadas como identificação de espaços públicos, considerando a questão de saúde pública, a limpeza de faixas e o marco regulatório. A abordagem de uma agenda institucional para tecnologia ocorre porque é preciso propor ao governo as pautas de interesse do setor produtivo e o que se espera para os modelos de negócio.

“É preciso ter entendimento do comportamento do consumidor e dos gargalos que o empresariado vai sofrer. Vamos atuar no governo para que diminua essa discrepância, para que diminuam essas dores ao longo desse processo regulatório”, disse Elielson Almeida, especialista executivo da DRI.

Segundo o técnico, toda essa infraestrutura de tecnologia é o que realmente vai pautar a própria vida do comércio, do varejo, do turismo e dos serviços. Os desafios regulatórios estão em vencer entraves nas legislações municipais, dar celeridade aos mais de 4 mil pedidos de instalações de antenas pelo Brasil e na ausência de um critério de regulamentação.

“O que temos percebido é que muitas das questões de regulamentação acabam ficando mais no âmbito municipal. A própria lei de antenas especifica competências da União e do poder local. Mas, ainda assim, sabemos que questões relacionadas a controle de uso e ocupação do solo, com adequação das normas urbanísticas e procedimentos de licenciamento, são um gargalo porque dependem de regras locais”, explicou.

Dados apresentados pela DRI apontam que 43% dos municípios não têm qualquer legislação sobre esta tecnologia. O Sudeste é a região brasileira com maior concentração de leis aprovadas para a instalação da tecnologia – 132 no total, seguida pela região Sul, com 50 municípios. Tocantins, Rondônia, Amapá, Sergipe e Alagoas ainda não chegaram a fazer nenhuma lei relacionada à tecnologia.

Rio Innovation Week
O diretor da Dein, Guilherme Mercês, apresentou aos membros da CBTI um balanço da Rio Innovation Week, reforçando o protagonismo da Confederação numa das maiores feiras de inovação da América Latina. “Cumprimos a missão do presidente Tadros de colocar a CNC à frente como agente de transformação do Sistema Comércio, por meio do aculturamento das lideranças em temas da revolução tecnológica”, enfatizou.

Mais do que patrocínio, a CNC entrou no evento para prestar uma entrega de valor. A comitiva formada por mais de 100 empresários de todo o Brasil, junto com suas federações, encontrou um ambiente favorável para negócios, em contato com investidores e cerca de 2 mil startups de diversos segmentos, que trouxeram soluções para atender a problemas reais do comércio, além da oportunidade de acompanhar mais de 200 palestras.

“Buscamos fazer parte de um evento em que a CNC possa desdobrar esse conhecimento posteriormente. Então, a partir de 2023, estão programados eventos nas cinco regiões do Brasil, replicando o conteúdo da Rio Innovation, mas também compondo esses eventos com outros conteúdos da CNC de inovação, de economia, de relacionamento institucional”, anunciou Mercês.

Calendário de eventos
O representante da Fecomércio-SE, Roger Barros, destacou a importância de se mapearem os eventos de inovação pelo País para que os membros da CBTI possam acompanhar mais de perto. Guilherme Mercês disse que este levantamento já está sendo realizado pela Dein, e o coordenador Queiroz destacou que na primeira reunião de 2023 serão apresentadas as percepções da comissão da Fecomércio-RJ que participará da NRF Big Retail’s Show, o mais importante evento de varejo do mundo que acontece neste mês em Nova York, nos Estados Unidos.

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