5ª Edição | Conferência de Comércio Internacional e Serviços do Mercosul

“O Mercosul permanece um projeto dinâmico, em permanente construção”, diz Tadros na abertura da CI25

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V Conferência Internacional de Comércio e Serviços do Mercosul destaca cooperação, integração e novos caminhos para o desenvolvimento regional

A sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no Rio de Janeiro recebeu, nesta quinta-feira (6), a V Conferência Internacional de Comércio e Serviços do Mercosul (CI25), marcada por uma fala estratégica do presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac e presidente pro tempore do Conselho de Câmaras de Comércio do Mercosul (CCCM), José Roberto Tadros.

Em auditório com a presença de embaixadores, cônsules, autoridades e representantes das Câmaras de Comércio dos países-membros e associados, Tadros abriu o encontro destacando que o Mercosul permanece como um dos pilares mais importantes da integração continental.

“É uma grande honra recebê-los aqui hoje. Reunir um público tão qualificado e influente como este é, sem dúvida, um privilégio”, iniciou o presidente, agradecendo a presença de diplomatas, lideranças empresariais e autoridades internacionais.

Ele ressaltou que a conferência é “mais do que uma celebração dos avanços do Mercosul”, constituindo-se em oportunidade concreta de “reforçar laços, trocar experiências e projetar juntos o futuro que queremos construir”.

Tadros fez longo resgate histórico da evolução do bloco desde a assinatura do Tratado de Assunção, em 1991. Enfatizou que, originalmente concebido para promover a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, o Mercosul ampliou suas competências, incorporando dimensões políticas, sociais e institucionais.

“O Mercado Comum do Sul consolidou-se como uma das mais relevantes iniciativas de integração regional na América Latina”, afirmou. Para ele, a adesão da Bolívia representa um marco significativo, confirmando o firme compromisso com a integração regional, a cooperação econômica e social, assim como a construção de um espaço ampliado de paz, desenvolvimento e oportunidades para nossos cidadãos.

O presidente enfatizou que o Mercosul evoluiu de união aduaneira imperfeita para um espaço de concertação política e cooperação técnica, ressaltando avanços como harmonização regulatória, integração produtiva, política comercial comum e mecanismos de solução de controvérsias.

“Entretanto, ainda há caminhos a percorrer até consolidarmos um mercado comum de forma efetiva”, observou.

Desafios econômicos estruturais

Tadros chamou a atenção para os desafios econômicos estruturais entre os países-membros, a necessidade de maior institucionalização das instâncias decisórias e a urgência de adaptação às transformações geopolíticas globais.

Ele defendeu uma agenda moderna, inclusiva e sintonizada com as demandas contemporâneas da economia mundial. “A consolidação de uma agenda que contemple inovação, sustentabilidade, digitalização e integração de cadeias de valor é essencial para revitalizar o projeto integracionista”, argumentou.

Ele observou que o fortalecimento interno deve caminhar paralelamente à ampliação dos vínculos externos. Ao defender acordos com União Europeia, EFTA, Canadá e países da Ásia-Pacífico, Tadros afirmou que tais negociações refletem o potencial do bloco de atuar como plataforma de inserção competitiva no comércio internacional, preservando ao mesmo tempo seus princípios fundadores de solidariedade e desenvolvimento compartilhado.

O presidente também dedicou parte do discurso a reflexões mais amplas sobre a condição humana e o papel das nações latino-americanas no cenário global. Ele lembrou que “só existe um tipo de gênero com inteligência própria: o ser humano”, salientando que a integração, o diálogo e a negociação são caminhos mais eficientes e sustentáveis do que qualquer forma de conflito.

Reforçou ainda que América do Sul e América Latina compartilham tradições históricas e culturais que favorecem uma coerência natural para impulsionar o desenvolvimento conjunto, destacando que três dos maiores territórios do mundo, Brasil, Estados Unidos e Canadá, estão nas Américas, evidenciando o potencial geopolítico da região.

Clique aqui e acompanhe a transmissão ao vivo.

Trajetória iniciada em 2019

Realizada pela primeira vez pela Câmara Argentina de Comércio e Serviços (CAC) em 21 de março de 2019, a Conferência Internacional de Comércio e Serviços do Mercosul rapidamente se tornou referência em debates sobre a integração econômica do bloco.

A CNC sediou a 2ª edição em 11 de outubro de 2019, a 3ª em formato híbrido em 2021, com foco no Acordo de Livre-Comércio Mercosul-União Europeia, e a 4ª edição em 2023, reafirmando o Rio de Janeiro como centro regional de discussões sobre comércio e serviços.

A iniciativa está alinhada às diretrizes do Conselho de Câmaras de Comércio do Mercosul (CCCM), criado em 1992 em Assunção, no Paraguai, para coordenar ações que harmonizem critérios e programas de trabalho e promovam a integração comercial e de serviços.

O CCCM reúne representantes da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia e desempenha papel essencial no diálogo entre setores público e privado em torno dos desafios do comércio internacional.

Programação

A CI25 é organizada pelo Conselho de Câmaras de Comércio do Mercosul (CCCM) durante a Presidência pro tempore brasileira do bloco, intensificando o compromisso do Brasil e da CNC de fortalecer a integração regional.​​

Abertura: José Roberto Tadros — Presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac

9h30–11h | O Mercosul no Contexto Global: Aprofundamento do Mercado Comum e a Importância da Diversificação de Parceiros Comerciais:

Guillermo Daniel Raimondi — Embaixador da Argentina no Brasil

Dario Franco — Cônsul-Geral do Paraguai no Rio de Janeiro

Vicente Damian Lluna Taberner — Conselheiro de Comércio e Agricultura da Delegação da União Europeia no Brasil

Michael Schweizer — Cônsul-Geral da Suíça no Rio de Janeiro

François Jubinville — Cônsul-Geral do Canadá no Rio de Janeiro

Joe Turk — Cônsul-Geral do Líbano no Rio de Janeiro

11h–12h | Expectativas do Setor Privado para o Cenário Latino-Americano e Global:

José Roberto Tadros — CNC (Brasil)

Natalio Grinman — Câmara Argentina de Comércio e Serviços (Argentina)

Anabela Aldaz — Câmara de Comércio e Serviços do Uruguai (Uruguai)

José Pakomio Torres — Câmara Nacional de Comércio e Serviços do Chile (Chile)

Ricardo dos Santos — Câmara Nacional de Comércio e Serviços do Paraguai (Paraguai)

Eduardo Olivo Gamarra — Câmara Nacional de Comércio da Bolívia (Bolívia)

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