Entre vitrines e telas, Americanas e Magalu redesenham o comércio: “A única certeza que temos no varejo é de que ele muda”

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Diretores das empresas apresentaram o caminho que fizeram as redes de lojas se transformarem em referências digitais sem abrir mão da essência, no CNC TechDay, nesta terça (28)

Das gigantes do comércio internacional aos pequenos empreendedores de bairro, as vendas no de produtos no meio digital somaram R$ 100,5 bilhões em mais de 191 milhões de transações somente no primeiro semestre de 2025, de acordo com números da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Dois players deste mercado, Magalu e Americanas, apresentaram, no palco do TechDay, no Sesc-DN, nesta terça (28), parte de suas trajetórias desde as vitrines e panfletos no século XX às telas interconectadas com recursos automatizados.

“É importante que você, que vende, esteja onde o cliente está. E ele está em vários lugares ao mesmo tempo” – diretor de marketplace da Magalu, Kael Lourenço.

A missão da Magalu, disse Lourenço, é digitalizar o Brasil, não apenas no setor comercial. Ele aponta que 2 em cada 3 vendas da Magalu já são feitas em meio virtual, com expectativa de aumentar esta proporção nos próximos anos. O diretor da empresa criada em Franca, município no interior de São Paulo, apresentou a estrutura formada por pontos físicos da própria Magalu, interligada a vendedores terceirizados que usam a plataforma digital e também a logística física para entregas. Esta rede multicanal é formada por 1.015 lojas físicas, 23 centros de distribuição e um marketplace com mais de 350 mil vendedores ativos.

Esta integração entre estruturas físicas e fluxos digitais foi um desafio no momento da fusão entre a B2W e a Lojas Americanas. Edu Fullen relembrou que cada uma das empresas tinha sua própria cultura e nível de digitalização. A solução foi ir descobrindo, ao longo do processo, como encontrar as soluções para cada etapa da transição em cada região, considerando as especificidades das operações em uma rede de varejo com 95 anos de história e mais de 1,5 mil lojas físicas espalhadas pelo Brasil.

“A única certeza que temos no varejo é de que ele vai mudar”, CIO da Americanas.

“Construímos sistemas e testamos incessantemente, percebemos os erros, voltamos e acertamos. Outro momento crucial foi a migração dos dados de um sistema para o outro. Será que preciso do histórico de 15 anos de pedidos que temos? Como lidar com tudo isso?”, exemplificou o executivo da Americanas.

Aceleração digital

Ponto de virada da sociedade e dos modelos de consumo, a pandemia de covid-19 foi mencionada como o momento em que a Magalu deu o salto de inovação que a colocou onde está hoje. Kael destacou a diversificação das marcas e lojas digitais que possibilitaram a tradicional varejista a abraçar outras expectativas dos consumidores em um período onde os pontos físicos precisaram ser fechados por segurança.

“A Magalu estava preparada para que esta demanda reprimida pudesse ser atendida pelos canais digitais, a começar pelo app”, resumiu Lourenço.

Do lado da Americanas, Edu Fullen alertou sobre as potencialidades e os limites dos novos parâmetros de inteligência artificial e profusão de dados sobre os clientes. Mesmo internamente, no desenvolvimento de sistemas com ferramentas generativas, é preciso ter cautela ao delimitar quais assuntos e posturas serão valorizados pelos agentes digitais. E quanto ao público externo, também é preciso responsabilidade no tratamento de dados pessoais, principalmente levando em conta as possibilidades de aproveitamento destas informações para aumentar vendas virtuais.

“Tentamos captar dados de todas as maneiras. Quando vemos, por exemplo, o cliente que está logado circulando pelo app ou o site, ali é o ouro, pois sabemos tudo dele. Desde o que ele está pesquisando, até o que ele deixou no carrinho e não comprou. Já o cliente da loja física, já é mais difícil”, ponderou Edu.

O CNC TechDay reúniu, nesta terça-feira (28), referências do mercado, especialistas em tecnologia e líderes do varejo brasileiro no Sesc-DN, em parceria com o Senac, no Rio de Janeiro.

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