Evento no Ibama reuniu governo, sociedade civil e setor produtivo para debater desigualdades sociais diante da crise climática
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) participou, no dia 4 de agosto, do seminário Justiça Climática e Racismo Ambiental: Construção dos Conceitos e Políticas no Brasil, realizado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília.
O encontro reuniu representantes do governo, especialistas, acadêmicos e integrantes da sociedade civil, com o objetivo de consolidar debates e formular políticas públicas estratégicas, em especial no contexto da preparação do Brasil para sediar a COP30.
Organizado pela Câmara Técnica de Justiça Climática (CTJC) do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), da qual a CNC é membro, o evento aprofundou reflexões sobre como a crise climática e as desigualdades sociais se interconectam, atingindo de forma desproporcional as populações mais vulneráveis.
Comércio como agente da transição sustentável
Em sua intervenção, a especialista em sustentabilidade da Assessoria de Gestão das Representações (AGR) da CNC, Thainy Bressan, destacou o papel estratégico do comércio e do turismo na transição para uma economia sustentável.
“O setor terciário, que é a espinha dorsal da economia brasileira, não pode ser visto como um mero observador da crise climática. Somos parte da solução. Eventos extremos como enchentes e secas afetam diretamente a nossa cadeia de suprimentos e o poder de compra da população, gerando perdas significativas, especialmente para o pequeno e médio empreendedor. Defender a justiça climática é defender a resiliência de nossos negócios e a prosperidade de nossas comunidades”, afirmou.
Durante o seminário, a CTJC apresentou a proposta de uma resolução para incorporar princípios da justiça climática nos processos de licenciamento ambiental no Brasil. O documento, elaborado com a participação de 68 organizações, busca enfrentar desigualdades raciais, sociais e territoriais.
Segundo o gerente da AGR da CNC, Sérgio Henrique, a presença da Confederação em espaços como este garante que a perspectiva do setor produtivo seja considerada.
“A presença da CNC no Conama e em espaços como este seminário é fundamental para garantir que a voz do setor produtivo seja ouvida. A resolução em debate é uma oportunidade para que as políticas ambientais considerem o impacto social e econômico de forma mais abrangente. Nossa participação assegura que a transição para uma economia verde seja feita de forma justa, sem que o ônus recaia de maneira desproporcional sobre empresas e trabalhadores”, explicou.