Brasília recebeu, nesta terça-feira, 28 de junho, o Painel Telebrasil 2022, maior evento de telecomunicações, conectividade e inovação do País. O encontro reuniu autoridades, empresários e técnicos que debateram temas estratégicos, com enfoque nos segmentos da economia mais impactados pelos serviços de telecomunicações e pela transformação digital.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) participou do painel 2 –O Brasil depois do 5G, que tratou dos principais desafios dos primeiros passos da tecnologia no Brasil, sobretudo como acelerar essa implantação.
O chefe da Divisão de Economia e Inovação (Dein) da CNC, Guilherme Mercês, fez parte desse painel ao lado da secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques; do conselheiro da Anatel, Moisés Moreira; do presidente da TIM, Alberto Griselli; do presidente da Claro, José Félix; e do presidente da Qualcomm, Luiz Tonisi.
“A história do mundo é feita de ciclos econômicos e tecnológicos que estão sempre juntos. Estamos no meio de um grande ciclo mundial, e o 5G é o ambiente necessário para o desenvolvimento desse ciclo. Temos como um grande desafio a infraestrutura, pois demanda tempo, investimento e um arcabouço legal necessário para fazer acontecer, ou seja, um desafio da estrutura num mundo que está vivendo uma crise global de oferta muito grande”, destacou o economista-chefe da CNC.
Mercês ressaltou como outro importante desafio a conciliação das interfaces advindas das novas tecnologias. “Essa é a grande tônica social. As tecnologias chegam antes, e a sociedade vai mudando aos poucos esse comportamento, passando do simples celular para uma guerra de interfaces, com óculos, TV, carro e até geladeira”, exemplificou.
O economista observou como esse impacto do ‘novo’ muda a perspectiva de comércio e serviços de forma geral. Ele salientou dois pilares: ganho de produtividade e experiência do consumidor. “Com a Internet das Coisas, os sensores e a utilização dessas tecnologias que serão alavancadas com o 5G, será possível reduzir custos e obter uma logística e produção mais eficientes, destacando também que, com essa guerra de interfaces, onde é possível ter mais acesso às preferências do cliente, as novas tecnologias vão permitir que se chegue de forma mais customizada ao nosso consumidor.”
Guilherme Mercês concluiu citando três pontos a serem trabalhados: melhoria de estrutura para empresas, como inseri-las nesse contexto tecnológico considerando os 90% de microempresas brasileiras; a oferta de profissionais qualificados para cooperar nesse ambiente e, nesse caso, enfatizou o economista, já existem as iniciativas do Senac, que forma mão de obra visando à antecipação dos processos, enquanto as tecnologias estão sendo amadurecidas; e, por fim, um processo de regulação, que é fundamental para o avanço na cadeia tecnológica baseado num planejamento estratégico, com a utilização de sandbox – ambiente experimental controlado para testes –, buscando subsídios para que a população esteja preparada quando essa nova era chegar.