Desde 12 de agosto, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) passou a informar, semanalmente, em suas redes sociais, os preços dos biocombustíveis e de outros elementos presentes na composição de preços do óleo diesel e da gasolina para mostrar a dinâmica do setor.
Como se tratam de produtos agrícolas, tanto o etanol anidro e hidratado quanto o biodiesel seguem a lei da oferta e da demanda. A elevação de preços pode ser observada desde que o governo federal anunciou o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina para 30%, o que elevou seu custo em 4,96% (até 08/08), entre o final de junho e o início de agosto, segundo dados do Cepea/Esalq. Já no caso do aumento da mistura de biodiesel para 15% no diesel, o custo subiu 6,40% (até 03/08), conforme divulgação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Além dos custos do etanol anidro e do biodiesel, há também outros fatores de influência na composição de preços da gasolina e do óleo diesel, que não são visíveis aos olhos da sociedade. Um exemplo disso são os Créditos de Descarbonização ( CBIOs), do programa Renovabio. Os CBIOs são emitidos por produtores de biocombustíveis e as distribuidoras de combustíveis são obrigadas a comprá-los. Os CBIOs são títulos comercializados na B3 (Bolsa de Valores) e conforme o preço aumenta, esses custos podem ser repassados pelas distribuidoras aos postos de combustíveis.
Também há outros itens de influência que fazem parte da composição de preços, como os custos de logística das distribuidoras para fazer o suprimento dos combustíveis no país. Como o Brasil é um país de dimensões continentais, há diversos modais de transporte para que o combustível chegue do Oiapoque ao Chuí. Esses custos são embutidos no valor do combustível pelas distribuidoras, que são as fornecedoras de gasolina, óleo diesel e etanol para os postos.
Além disso, também tem impacto sobre os preços dos combustíveis o volume de produtos importados (cerca de 20% do total de óleo diesel e 10% da gasolina), que segue cotação do mercado internacional. Além das refinarias privadas, que têm precificação distinta da Petrobras, como é o caso das refinarias do Amazonas (Ream) e Acelem (Bahia).
A Fecombustíveis destaca que os preços dos combustíveis são livres em todos os elos do setor. Esta Federação ressalta que não interfere no setor, não sugere preços, margens ou outras variáveis presentes na composição de preços dos combustíveis