Jornal do Commercio Editoria: Economia Página: A-2
As projeções do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiram de 3,5% para 3,59% na pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Foi a primeira elevação desde o início de abril. Mesmo assim, o percentual estimado ainda se encontra distante da meta central de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O aumento, de acordo com o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles, não deve ser visto como um indicador de tendência para o futuro.
Jornal do Commercio Editoria: Economia Página: A-2
As projeções do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiram de 3,5% para 3,59% na pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Foi a primeira elevação desde o início de abril. Mesmo assim, o percentual estimado ainda se encontra distante da meta central de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O aumento, de acordo com o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles, não deve ser visto como um indicador de tendência para o futuro. “O que houve foi apenas um ajuste ao fato de o IPCA de maio ter vindo acima do que o mercado esperava”, disse. Para o mês passado, as expectativas de mercado estavam concentradas numa aposta de IPCA de 0,21%. Divulgado na semana passada, o resultado efetivo ficou em 0,28%.
A elevação das previsões de IPCA deste ano, no entanto, não alterou as estimativas de inflação para os meses de julho, agosto, setembro, outubro e novembro. “Para frente, não mudou nada. Ficou tudo como estava antes”, comentou o economista-chefe da Corretora Concórdia. Na opinião de Teles, o cenário mais provável é de que as projeções de IPCA para este ano fiquem oscilando entre 3,5% e 3,6% até o final do ano.
Para 2008, as projeções de IPCA não mudaram e prosseguiram em 4% já pela vigésima primeira semana consecutiva. Mesmo estável, o percentual estimado também se encontra abaixo da meta central de 4,50% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Selic
As projeções do mercado para a taxa básica de juros (Selic) em julho ficaram estáveis em 11,5% ao ano na pesquisa. O percentual embute uma expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a cortar os juros em 0,5 ponto percentual na reunião dos dias 17 e 18 de julho. Para o final do ano, as estimativas de juros continuaram inalteradas em 10,75% ao ano. O levantamento aponta que para o final de 2008 as projeções de juros também permanecem em 10% ao ano.
Já as projeções do mercado para a taxa de câmbio no final deste mês continuam em R$ 1,93 por dólar. Para o fim de julho, as estimativas também ficaram estáveis em R$ 1,94. Para o fim do ano, as projeções de câmbio estão em R$ 1,95. Para o final de 2008, as projeções seguiram estáveis em R$ 2,05 pela terceira semana consecutiva.
Preços de alimentos pressionam IPC-S, que avança 0,39%
Com os alimentos mais caros, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) voltou a subir após três semanas em baixa e registrou alta 0,39% na primeira semana deste mês, ante 0,25% na semana anterior. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que anunciou ontem o índice, os preços dos alimentos devem continuar pressionando para cima o índice.
O economista da FGV André Braz informou que houve altas de preço tanto nos alimentos in natura como nos processados. Para ele, o movimento de aumento de preços está bem espalhado pelo setor de alimentação. “Houve uma inversão de trajetória nos preços dos alimentos, que até pouco tempo estavam com queda de preço, contribuindo para a redução do IPC-S”, afirmou.
Entre os destaques está a aceleração de preços em leite tipo longa vida (de 8,29% para 10,02%). Ele explicou que o preço do leite vem aumentando há algum tempo, pressionado por aumento na demanda no mercado interno, e elevação nas exportações brasileiras de leite em pó – o que reduz a oferta no mercado brasileiro.
Além disso, também houve aumentos expressivos em panificados e biscoitos (de 0,55% para 0,74%); o fim da deflação de preços em hortaliças e legumes (de -3,30% para 0,24%); e queda mais fraca de preços em frutas (de – 3,58% para -2,09%).