O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou ontem (28) uma declaração contrária à posição brasileira nas negociações de Genebra (Suíça) para a Rodada Doha, que discute a abertura do comércio mundial.
O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou ontem (28) uma declaração contrária à posição brasileira nas negociações de Genebra (Suíça) para a Rodada Doha, que discute a abertura do comércio mundial. Nas negociações, que entraram hoje em seu nono dia consecutivo, o Brasil foi favorável a uma proposta da Organização Mundial do Comércio que prevê o corte de tarifas e subsídios nos países ricos, mas impõe a redução de medidas protecionistas nos países emergentes.
A posição brasileira em Genebra foi criticada pelos parceiros no Mercosul e pelos países do G-20, que reúne outras nações em desenvolvimento, entre elas China e Índia.
O presidente do Parlasul, deputado Dr. Rosinha, disse que a declaração do Parlamento pode influenciar na negociação de Genebra. Ele informou que o documento foi encaminhado às chancelarias dos países do Mercosul para que tomem conhecimento da posição do Parlasul. “Entendemos que o Mercosul e o G-20 devem caminhar juntos”, disse Dr. Rosinha.
A declaração foi aprovada por unanimidade durante a 11ª sessão ordinária do Parlasul, em Montevidéu (Uruguai).
Frota dos EUA
O Parlasul aprovou hoje, no segundo dia da reunião, uma declaração que considera “inoportuna e desnecessária” a reativação da 4ª frota norte-americana nos mares da América Latina e do Caribe. O governo norte-americano afirmou que o comando naval, que existiu há mais de 50 anos atrás, atuará apenas no combate ao tráfico de drogas e em missões humanitárias.
Reconhecimento internacional
No próximo dia 10, representantes do Parlasul vão atuar como observadores do referendo que vai ratificar ou não o mandato do presidente da Bolívia, Evo Morales. Dr. Rosinha afirmou que essa participação mostra que o Parlamento do Mercosul, apesar de sua recente fundação, já conta com reconhecimento internacional.
Agência Câmara, 29 de julho de 2008.