Criação de emprego formal cresce 91%

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Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-2


As empresas brasileiras criaram 146,1 mil empregos com carteira assinada no mês de março, quase o dobro (91%) das 76.455 vagas registradas em março do ano passado, informou ontem o Ministério do Trabalho.

Jornal do Commercio  Editoria: Economia  Página: A-2


As empresas brasileiras criaram 146,1 mil empregos com carteira assinada no mês de março, quase o dobro (91%) das 76.455 vagas registradas em março do ano passado, informou ontem o Ministério do Trabalho. Com esse resultado, o saldo acumulado nos três primeiros meses do ano atingiu 399,6 mil novos postos de trabalho, o melhor resultado para esse período desde a criação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 1992.


O bom desempenho da economia, com a redução gradual dos juros pelo Banco Central, foi apontado pelo novo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, como um dos motivos para a quase duplicação no número de vagas abertas no mercado de trabalho em março em relação ao igual mês do ano passado. O ministro disse ainda que as empresas estão preparando investimentos por causa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), embora a maioria das medidas do PAC ainda continue no campo das intenções, aguardando aprovação do Congresso.


“Muitas empresas começam a se preparar para disputar licitações e, para isso, contratam preliminarmente alguns profissionais e até investem em treinamento de pessoal”, afirmou Lupi. “Mesmo dependendo de votações, as empresas não ficam paradas, elas se preparam”, insistiu.


Em março, segundo os dados do Caged, todos os setores da economia elevaram o nível de emprego formal. Os serviços contribuíram com 56,5 mil novas vagas, enquanto a indústria de transformação abriu 40,5 mil novos postos de trabalho. No comércio, houve saldo positivo de 12,8 mil novas ocupações e a agricultura contratou 11,3 mil pessoas. O Caged registra todas as contratações e demissões feitas mensalmente pelas empresas privadas com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ficam de fora da estatística os servidores público e empregados domésticos.


Ao contrário de seu antecessor Luiz Marinho, o novo ministro do Trabalho evitou criticar o Banco Central pelo ritmo lento de corte na taxa de juros (Selic) da economia, atualmente em 12,5% ao ano. Mas afirmou que espera a continuidade das reduções para que o mercado de trabalho permaneça abrindo novos empregos ao longo deste ano. “Tenho certeza que se deixarmos eles (diretores do BC) trabalharem, sem interferências políticas, a tendência de redução nos juros continuará. Desejo, torço e apelo para que haja um corte maior já na próxima reunião”, comentou Lupi.


Aposta na Sensibilidade


O ministro evitou fazer projeções sobre oferta de empregos para todo o ano, mas disse que vai trabalhar para obter um saldo próximo ao de 2004, quando o Caged registrou a criação de 1,523 milhão postos de trabalho na economia. O número caiu para 1,253 milhão em 2005 e para 1,228 milhão no ano passado.


Uma das apostas de Lupi para garantir o bom desempenho é insistir na exclusão dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) do mecanismo conhecido como Desvinculação de Recursos da União (DRU). A DRU permite ao governo utilizar livremente recursos que têm aplicação. Lupi defende a utilização do FAT em projetos de maior qualificação profissional dos trabalhadores. “Tenho certeza de que a equipe econômica vai se sensibilizar”, comentou Lupi.


O ministro disse que na próxima semana vai conversar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e procurar convencer parlamentares a alterar o projeto do governo que prorroga a DRU. “Sei que terei muitos aliados no Congresso”, afirmou.


Cargos


Lupi anunciou que convidou para ocupar a secretaria-executiva de sua pasta o ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa. Para ocupar a secretaria de Políticas Públicas de Emprego do ministério, chamou o ex-prefeito do município de Vila Velha (ES) Sérgio Vidigal.


Segundo Lupi, o nome para ocupar a secretaria de Fiscalização do Trabalho ainda está sendo discutido. A atual secretária Ruth Vilela já anunciou que deseja deixar o cargo.


Para as demais secretarias, o ministro afirmou que estão confirmados os atuais secretários, Luiz Medeiros na Secretaria de Relações do Trabalho e Paul Singer na Economia Solidária.


Dieese


A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas avaliadas pela Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo – atingiu 16,6% da população economicamente ativa (PEA) em março, apresentando elevação em relação à taxa de 15,9% de fevereiro. A metolologia da pesquisa Seade/Dieese é difere da utilizada pelo Caged. Na região metropolitana de São Paulo, a taxa ficou em 15,9% em março, ante 15,3% em fevereiro.


 

 

 

 



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