Campos Neto, do BC, participa do último E Agora, Brasil? do ano

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou nesta sexta-feira (17) da 5ª e última edição do “E Agora Brasil?” em 2023, que teve como temas fatores que interferem na política monetária brasileira, com o contexto atual de transformações econômicas, políticas e tecnológicas no mundo.

Durante o debate, que contou com a mediação dos colunistas Alex Ribeiro, do Valor Econômico, e da Miriam Leitão, do jornal O Globo, Campos Neto apresentou um panorama econômico mundial e a agenda do BC. 

Os conflitos globais e riscos de desinflação, poupança e consumo, as tensões geopolíticas em torno do petróleo, os desastres naturais e a inflação de alimentos, a fragmentação das cadeias globais, a agenda inclusiva do BC com redução da moeda física, o aumento da eficiência bancária e a monetização fizeram parte da gama de assuntos apresentados por Campos Neto.

Ele comentou sobre o cenário brasileiro com desemprego “super baixo” e afirmou que o País possui uma taxa menor do que antes da pandemia. O presidente do BC também detalhou fatores sobre a política monetária, a queda dos juros e as expectativas de mercado, com demanda crescente por recursos.

Campos Neto explicou sobre o gasto para adaptações climáticas e incentivos da política industrial, citando os Estados Unidos como exemplo. Disse ainda que a dívida dos países cresceu 20% do Produto Interno Bruto (PIB) no enfrentamento à pandemia. A dívida pública e os efeitos sobre recursos em economias avançadas e de países emergentes (EMEs) também foram comentados pelo presidente do BC. 

Em sua apresentação, ele falou sobre a trajetória de juros no cenário internacional e as expectativas da economia global, além das projeções de crescimento, que têm sido revisadas para baixo. Campos Neto afirmou que o ajuste no setor imobiliário tem afetado o crescimento econômico e ressaltou a dificuldade e as mudanças estruturais na China com uma nova industrialização.

Desinflação

Sobre o Brasil, o presidente do BC disse que a inflação segue a trajetória esperada de desinflação, com uma composição benigna e positiva. Ele destacou que há uma desaceleração tanto na inflação de serviços quanto nos núcleos, e que o Brasil tem um diferencial de juros ainda alto em relação aos EUA. 

“A atividade econômica têm mostrado resiliência, com surpresas positivas no PIB. A estimativa de mercado do resultado potencial permanece próxima de 2%”, disse. Campos Neto afirmou ainda que o Brasil tem se esforçado para buscar o equilíbrio e que há necessidade de arrecadação com novas possibilidades de receitas. Ele ressaltou o crescimento brasileiro dos últimos anos no mercado de capitais e comentou sobre o papel importante para o crédito e para a poupança. “O Brasil possui histórico de gastos elevados, inclusive em relação aos pares, mas a previsão ainda é de crescimento real nos próximos anos.” 

O E agora, Brasil? é uma realização dos jornais O Globo e Valor Econômico, com patrocínio do Sistema Comércio por meio da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações.

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