Mudança do ICMS foi fundamental para a deflação, avalia Fecomércio-BA

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Em julho, os preços médios na Região Metropolitana de Salvador recuaram 1,06%, ante a alta de 1,24% em junho. No acumulado de 12 meses, a variação desacelerou de 13,41% para 11,38%. Os dados são do IPCA, do IBGE.

A Fecomércio-BA avalia que a medida de mudança de teto do ICMS para combustíveis e energia elétrica foi fundamental para a redução de preços no mês. Isso porque foram exatamente os grupos de Transportes e Habitação que puxaram a inflação para o campo negativo.

O primeiro registrou forte queda de 5,26% em julho e contribuiu com -1,09 ponto percentual do desempenho global. De acordo com o consultor Econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, no mês, a gasolina caiu 16,97% e o etanol, 11,98%. “Além da redução do imposto, que conseguiu reduzir bastante o preço na bomba, a Petrobras também anunciou ao longo do mês passado duas quedas da gasolina na refinaria”, pontua Dietze.

O segundo grupo, Habitação, apresentou recuo mensal de 2,54% e impactou a variação geral com -0,36 ponto percentual. “A mudança de alíquota (ICMS) também foi essencial, mas adiciona o reajuste para baixa da tarifa na região, aprovado pela Aneel”, analisa o economista.

Dietze destaca ainda que a tendência é favorável para esses dois grupos que compõem 35% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da região.

“O preço do petróleo no mercado internacional tem caído nas últimas semanas e o real valorizado, importante combinação para novas reduções dos combustíveis. E, no caso da energia, os níveis satisfatórios dos reservatórios das hidrelétricas devem manter o custo sem qualquer taxa adicional”, compara o consultor Econômico da Federação.

Já o grupo Comunicação demonstrou recuo de 0,35%, mas, por ter um peso relativamente pequeno, o segundo menor do IPCA da RMS, pouco contribuiu para o desempenho geral. E os Artigos de Residência retraíram 0,31%.

Por outro lado, os alimentos continuam pressionando. A alta em julho foi de 0,70% com impacto de 0,16%. O grupo acumula alta de 14,6% em 12 meses. O que chama a atenção é o aumento do leite e seus derivados. Por exemplo, o leite longa vida subiu 25,22%, o leite em pó aumentou 5,14% e a manteiga teve alta de 4,63%.

“Esse problema é sazonal. Diante do período de seca, há a necessidade de complementação da alimentação com ração animal, que tem um custo mais elevado. E a produção no início do ano foi menor, o que trouxe problema de oferta. A tendência é de recuperação para o fim do ano com os custos diminuindo, sobretudo com a volta do período chuvoso”, salienta Dietze.

Nesse grupo, ainda vale o destaque para a queda de itens como tomate (-17,99%), cenoura (-15,94%) e batata-inglesa (9,06%). Estes são produtos que subiram muito ao longo do primeiro período do ano e, agora, começam a ajustar os preços.

A maior alta do mês foi do grupo de Vestuário, com 1,14%. Porém, por ter um peso menor no IPCA, o seu impacto foi de apenas 0,06 ponto percentual na variação geral. Em 12 meses, o acumulado é o maior da região, com 29,1%. “Os custos de matéria-prima subiram para o produtor, como o algodão e o poliéster, e, por consequência, são repassados aos consumidores”, explica Dietze.

As demais elevações foram dos seguintes grupos: Despesas pessoais (0,89%), Saúde (0,74%) e Educação (0,19%). A soma das contribuições foi de 0,20 ponto percentual.

Os dados da inflação da RMS de julho são animadores. A tendência é de nova queda no mês de agosto, contribuindo cada vez mais para aliviar o bolso do consumidor. “O comércio enxerga aliviado, pois a inflação mais acomodada devolverá o poder de compra ao consumidor, sobretudo com a recuperação do emprego na região”, ressalta Guilherme Dietze.

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