E Agora, Brasil?: Pedro Malan e Armínio Fraga discutem os desafios da inflação

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A inflação em 13,25% e o empenho do Banco Central em mantê-la sobre controle, com o aumento da taxa de juros, hoje em 12,75% ao ano, foi o tema do debate on-line E Agora, Brasil? desta terça-feira (31), entre o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e o economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

O E Agora, Brasil? é uma série de debates realizada pelos jornais O Globo e Valor Econômico, com o apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Federações. O evento desta terça-feira foi mediado pelos jornalistas Miriam Leitão, colunista de O Globo, e Sergio Lamucci, editor executivo do Valor.

Pedro Malan destacou que pelo menos 60 países elevaram as suas taxas de juros para conter a alta inflacionária, que é um problema mundial. No caso do Brasil, no entanto, há também os desafios sociais, como o desemprego e a queda da renda da população, que afetam a classe empresarial e diminuem o poder de compra dos brasileiros.

“A economia mundial irá crescer pela metade este ano, porque temos lockdown em Xangai e Pequim (China) afetando a cadeia de suprimentos e a intervenção russa sobre a Ucrânia influenciando o comércio internacional de petróleo e gás, trigo, milho e fertilizantes”, pontuou Malan.

O ex-ministro lembrou o início do Plano Real, moeda que conseguiu conter a inflação com a ajuda de uma política fiscal sólida. “A grande lição das políticas fiscais pretéritas é que não é possível separar a condução das políticas monetárias do Banco Central do que se faz hoje, em curto e médio prazo na política fiscal”, alertou ele.

Armínio Fraga também destacou o sucesso do Plano Real, bem como suas lições, mas ressaltou que, neste momento, o Banco Central precisa estar atento aos efeitos do choque de oferta que atingiu o Brasil, assim como os Estados Unidos, país que, segundo prevê, deverá enfrentar uma recessão econômica.

“O receio é que volte algum tipo de indexação e o problema fique muito pior”, disse Fraga. “Eu vejo o Banco Central brasileiro fazendo o seu trabalho, e é normal que situações como esta (de superinflação) possam convergir em 18 meses. Os nossos alicerces fiscais são frágeis e todo o cuidado é pouco.”

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