ENTREVISTA: Gustavo Tutuca

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Deputado estadual por três mandatos no Rio de Janeiro, Gustavo Tutuca esteve à frente da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social (SECTI) e assumiu a Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro (Setur-RJ) de 2020 a março de 2022. Ele fala ao Portal do Comércio e à revista CNC Notícias sobre o desafio da retomada do Turismo e da parceria com a Fecomércio-RJ.

 

O que a Setur tem feito para incrementar o turismo?

Fizemos um trabalho de turismo consciente, dando suporte necessário ao setor e divulgando as medidas sanitárias importantes na pandemia. Também planejamos a retomada consistente. A estratégia principal era poder realizar o turismo no estado como um todo, não só na capital. Dialogamos muito, realizamos eventos com debates, demos assistência ao setor e fizemos uma grande campanha de promoção para obter bons resultados em 2022.

 

Como é a parceria da Fecomércio-RJ com a Setur?

Eu não tenho dúvida que a Fecomércio-RJ é a maior parceira do turismo fluminense. A entidade atua em praticamente todos os nossos projetos, como os fóruns regionais. No projeto “O Rio continua Lindo. E Perto!”, que foi nossa atividade de promoção da cidade do Rio no turismo doméstico, a Fecomércio-RJ foi protagonista, custeando os estandes levados para oito cidades do país para promover as mais belas imagens da capital. É também uma grande parceira no ExpoRio, nosso principal evento de turismo no estado, realizado com muito sucesso agora em março.

 

Que tipos de parceria a Fecomércio-RJ faz com a Setur para apoiar o turismo no estado?

A Fecomércio-RJ tem sido parceira também nas atividades de qualificação do setor, através do Senac-RJ. A entidade tem ajudado o estado a qualificar os destinos do interior. Nos fóruns regionais, a Fecomércio-RJ propôs diversos debates e levou vários palestrantes para melhorar o rendimento dos gestores de turismo. Também nos ajuda na promoção da imagem do Rio. A Fecomércio-RJ é nossa parceira de primeira hora e protagonista em todos os processos. Ela é fundamental para a obtenção do nosso sucesso.

 

Como alavancar o turismo no interior?

Tivemos uma grande oportunidade na pandemia. As pessoas começaram a procurar o turismo interno devido às dificuldades de deslocamento por avião. Isso ajudou muito a desenvolver o interior, a receber turistas de outros estados. As famílias procuravam o turismo ao ar livre, característica do interior. Isso fez com que os destinos ficassem mais conhecidos e mais qualificados. Promovemos fóruns com gestores do turismo do Vale do Café, Costa do Sol, Costa Verde, Serra Verde Imperial e Baixada Verde. Identificamos gargalos e propusemos soluções. O que precisamos agora é casar o turismo de quem procura a capital com outros destinos do estado e ampliar a permanência do turista por aqui.

 

Qual a importância do turismo para a economia fluminense?

Tem uma importância grande. O Rio de Janeiro tem uma vocação histórica para o turismo. Temos números que apontam em torno de 4% do PIB fluminense, ainda pequeno do que pode ser. Queremos avançar com isso. Por isso, contratamos agora um instituto para fazer um planejamento estratégico para os próximos dez anos. Esperamos estar com o estudo pronto até o fim do ano. Queremos ter o incremento da participação do PIB fluminense na área do turismo, tanto na arrecadação quanto na empregabilidade. A empregabilidade no turismo é muito alta e, entendemos, que o emprego dignifica as pessoas.

 

Sabemos que os aeroportos são a grande porta de entrada para o turismo. Como o estado está atuando na questão da concessão dos aeroportos?

Participamos amplamente da discussão proposta para o Santos Dumont e questionamos muitos pontos dessa concessão. Primeiro, não limitava voos e deixava brechas para ampliar voos internacionais. Não concordamos por causa das questões de segurança e pela infraestrutura que o Santos Dumont tem. Se abríssemos voos internacionais, limitaríamos a vocação do Galeão e perderíamos o nosso principal terminal. Conseguimos junto ao Governo Federal a mudança no edital, com a retirada do Santos Dumont e do aeroporto de Jacarepaguá numa concessão à parte. Agora, com a entrega da concessão pela empresa que explora o Galeão, estamos atuando para que seja feita uma concessão única englobando o Galeão e o Santos Dumont, que vai permitir que se faça uma regulação interna que mantenha o Santos Dumont saudável em sua operação de voos regionais de curta duração e executivos, e amplia as produções do Galeão para que possa voltar a trabalhar com os voos internacionais. Paralelo a isso, o governador Cláudio Castro vem melhorando as condições de acesso ao Galeão, na questão da segurança pública com o patrulhamento das vias de acesso usando monitoramento de câmeras e motocicletas. E também na redução do ICMS do querosene de aviação, o que reduz o custo dos voos e aumenta as conexões internacionais.

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