Guedes
No sábado, manchetes de Folha de S.Paulo e O Globo destacaram fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que admitiu a investidores que as recentes declarações golpistas de Bolsonaro afetam a economia. A declaração foi feita para investidores estrangeiros em evento virtual promovido pelo banco Credit Suisse. No entanto, o ministro ressaltou que a política econômica está “na direção correta”.Repercussão
Folha de S.Paulo (11/09) publicou entrevista com ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga que avalia que o comportamento de Jair Bolsonaro deve afetar a recuperação da economia. “Do ponto de vista econômico, é absolutamente paralisante”, afirma Arminio.
Para o economista, a recuperação do setor de serviços vai acontecer em “um ambiente muito adverso para o emprego, para empreendedorismo e para o investimento em geral”.
Nesta segunda, o economista Persio Arida afirma ao Valor Econômico que o recuo do presidente Bolsonaro nos ataques ao STF, que deu um alívio ao mercado no fim da semana passada, foi apenas “tático” e que o comportamento hostil será retomado. Para ele, o comportamento do presidente afeta negativamente os investimentos.
“Estamos com um mundo com taxas de juros baixíssimas, com excesso de capitais, com um volume enorme de recursos destináveis a infraestrutura e a políticas ambientais adequadas”, afirma. “[Esse fluxo de investimentos] não se materializa no Brasil porque o Brasil é visto como como um pária.”
Conjuntura
Valor Econômico traz, com exclusividade, que a economia brasileira deve ter neste ano um grau de ociosidade (quanto da capacidade produtiva não está em uso) média entre 4% e 6%. E isso permitirá ao país crescer mais que o seu potencial (ritmo que não gera desequilíbrios, como inflação) de 0,9% estimado para 2022 e pouco acima de 1% para os dois anos seguintes, sem desequilibrar a economia, de acordo com estudo a ser publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Recessão
Manchete da Folha de S.Paulo de domingo expôs a preocupação de economistas com a possibilidade de uma recessão maior no país. Os especialistas avaliam que a antecipação do cenário eleitoral e os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro fazem aumentar a incerteza quanto à recuperação econômica. O recuo de Bolsonaro trouxe alívio ao mercado, mas existe ceticismo em relação às promessas do presidente.
Estagflação
O Estado de S. Paulo (11/09) contou que, com a economia estagnada e a inflação em alta, o fantasma da estagflação ameaça o dia a dia dos brasileiros. Indicadores recentes já apontam para a combinação de estagnação econômica e inflação. O PIB caiu 0,1% no segundo trimestre, ante os três primeiros meses do ano. Projeções sugerem que o PIB ficará no zero a zero no terceiro trimestre. Ao mesmo tempo, o IPCA acumulado em 12 meses chegou a 9,68% em agosto.
Embora os analistas tenham divergências em suas projeções sobre a duração e a intensidade da inflação nos próximos meses, a maioria converge para a constatação de que o Brasil, há décadas, vive em um contexto propício à estagflação.
Varejo
Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo repercutiram no sábado dados do IBGE que mostram que o volume de vendas do comércio do país subiu 1,2% em julho, na comparação com junho. Assim, o varejo registrou o quarto mês consecutivo de crescimento e alcançou patamar recorde na série histórica, iniciada em 2000.
Frente a julho de 2020, as vendas do varejo tiveram alta de 5,7%, indicou o instituto. O setor ainda registrou avanço de 6,6% no acumulado de janeiro a julho de 2021. Em período maior, de 12 meses, houve crescimento de 5,9%.
Manifesto
O Globo (11/09) repercutiu que a Fiesp publicou na sexta-feira o manifesto que gerou desavenças dentro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Publicado nos principais jornais do país, o texto é muito semelhante às versões divulgadas na semana passada. O manifesto defende a harmonia entre Poderes e não tem assinatura da Febraban.
Combustíveis
Reportagem na Folha (11/09), com informações da Agência Reuters, expôs que o estado do Rio de Janeiro aceita negociar uma redução da alíquota de ICMS para ajudar na diminuição do preço dos combustíveis.
No entanto, quer que outros setores que influenciam na formação do valor na bomba também deem a sua contribuição, disse o governador Cláudio Castro (PL). O Rio tem o maior ICMS do país, de cerca de 34%, e no Estado a gasolina já é vendida a R$ 7 o litro em alguns postos.
“Todo mundo que abastece vê que está caro. Vamos reduzir imposto? Vamos reduzir, mas desde que seja proporcionalmente igual para todo mundo. Eu tiro dois, três por cento, as prefeituras também, o governo federal também”, afirmou Castro.
Coronavírus
Em entrevista ao Valor Econômico, o virologista Fernando Spilki, coordenador da rede Corona-ômica do Ministério da Ciência e Tecnologia, diz que o surto devastador que o país viveu de covid-19 nos primeiros meses do ano (com mais de 4 mil mortos por dia) e também a vacinação podem estar servindo de escudo à delta.
De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Brasil registrou até o momento 20.989.164 casos de covid-19. Ontem, 14.314 novos casos e 712 óbitos foram informados. No total, o país teve 586.558 mortes por covid-19. O número de recuperados passou da marca de 95%, e está em 20.029.040 – o equivalente a 95,4% do total de casos. |