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Reportagem do Valor Econômico diz que um terço dos segmentos da economia apresenta contração no estoque de crédito bancário neste ano. Mesmo assim, analistas consideram que os empréstimos vêm cumprindo o papel de apoiar a recuperação da economia. Por sua vez, o ciclo de altas da Selic já se reflete em alguns casos em elevação das taxas de juros para os tomadores de empréstimos, mas não deve ser suficiente para impedir o crescimento do crédito bancário.
“É o crédito que sustenta o nosso crescimento”, diz Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da divisão econômica da CNC. Ele chama a atenção para os empréstimos que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) têm concedido para as menores companhias do setor.
Com a reabertura da economia, a tendência é que bares, hotéis e restaurantes, por exemplo, aumentem a demanda por crédito, segundo o economista. A CNC calcula altas de 5,8% e de 4,8% para os faturamentos de serviços e do comércio em 2021, respectivamente.
Para 2022, a Selic projetada pela CNC está entre 7,5% e 8% no fim ciclo de altas, o que deve tirar algum dinamismo do crédito para os serviços. Mas Freitas destaca positivamente o atual baixo patamar da taxa de juros neutra, calculada por ele em 3% em termos reais. Essa é a taxa que permite o máximo de crescimento da economia sem que a inflação acelere. Ou seja: mesmo com as atuais elevações, a Selic terminará o ciclo em patamar mais baixo do que em anos anteriores.
Manifestações e o mercado
Folha de S.Paulo e O Globo afirmam que as manifestações no 7 de Setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e o risco de aumento da radicalização política no Brasil fizeram a possibilidade de uma terceira via para as eleições de 2022 voltar às conversas de gestores do mercado financeiro, que avaliam que uma alternativa pode dar um novo ânimo para os preços dos ativos financeiros.
A avaliação de especialistas é de que as crises sucessivas deixam o país mais longe de um ambiente propício ao avanço da agenda de reformas, minam a confiança dos investidores e atrapalham a atração de capital, o que tem impacto direto sobre a capacidade de crescimento do PIB.
Tributário
Valor Econômico repercute decisão da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que entendeu que Imposto de Renda e CSLL não incidem sobre benefícios fiscais de ICMS, quando preencherem requisitos contábeis.
A reportagem pontua que essa é uma das primeiras decisões proferidas pelo Carf após a edição pela Receita Federal de soluções de consulta que restringem a não incidência dos tributos.
Salário mínimo
Folha de S.Paulo (07/09) trouxe detalhes de estudo dos pesquisadores Niklas Engbom, da Universidade de Nova York, e Christian Moser, da Universidade Columbia, que aponta: aumentos reais do salário mínimo foram uma das principais políticas para redução da desigualdade de rendimentos no Brasil em uma década.
Desemprego
Valor Econômico mostra aumento do desemprego de longa duração, agravado pela pandemia de Covid-19. Seis milhões de brasileiros estão sem trabalho há mais de um ano e, desses, 3,8 milhões buscam recolocação há mais de dois anos.
Conforme levantamento da consultoria IDados, os dois grupos reúnem 41,2% dos 14,4 milhões de desempregados no país no segundo trimestre de 2021.
Inflação
O Estado de S. Paulo (07/09) informou que projeções do mercado financeiro voltaram a piorar ainda mais, segundo analistas ouvidos pelo Banco Central para a elaboração do Boletim Focus. A reportagem citou o exemplo da previsão para o IPCA, que passou de alta de 7,27% para 7,58%. Há um mês, estava em 6,88%. Para 2022, a projeção para o índice foi de 3,95% para 3,98%. Quatro semanas atrás, estava em 3,84%.
Para o ano que vem, a projeção para o índice oficial de preços foi de 3,95% para 3,98%. Há um mês, estava em 3,84%. A mediana das previsões da Selic para este ano também passou de 7,50% ao ano para 7,63%. Em 2022, a projeção foi de 7,5% para 7,75%.
Retomada do crescimento
Folha de S.Paulo (07/09) afirmou que a postura beligerante do presidente Jair Bolsonaro tem gerado incômodo em integrantes do Ministério da Economia, que acham que os ataques aos outros Poderes atrapalha a retomada econômica. Nos últimos dias, agentes do mercado sinalizaram que podem deixar de apoiar o governo. Para auxiliares do ministro Paulo Guedes (Economia), o movimento de Bolsonaro cria instabilidade na condução do governo e coloca em dúvida o funcionamento das instituições. O presidente convocou apoiadores para manifestações nesta terça (7).
Investimentos
O Globo publica entrevista com o economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia, que alega que “qualquer sinal” de aumento de poder de Jair Bolsonaro afasta investimentos estrangeiros.
Ele também critica o projeto de reforma tributária, afirmando que “só vai piorar a economia brasileira, pois vai aumentar a tributação sobre os investimentos das empresas maiores”.
Coronavírus
Segundo dados do Ministério da Saúde, o total de brasileiros acometidos pela covid-19 desde início da pandemia subiu para 20.913.578. Em 24 horas, foram registrados 13.645 novos diagnósticos positivos. A quantidade de brasileiros mortos em função da pandemia foi para 584.171. Entre os dias 6 e 7, autoridades de saúde registraram 361 novos óbitos associados à doença.

Depósitos
Valor Econômico registra que a expansão do comércio eletrônico durante a pandemia de covid-19 abriu novo campo de atuação para o segmento de locação de espaços para armazenagem (“self storage”). Trata-se da operação conhecida como “last mile”, ou seja, como local para a última etapa de estocagem de produtos antes da entrega aos clientes, e como base para as mercadorias das “dark stores” (lojas fechadas ao público que funcionam como pontos para distribuição de suas mercadorias). Empresas desse segmento vêm conseguindo elevar ou, pelo menos, manter a ocupação dos espaços na pandemia

Manifestações
O noticiário de hoje repercute, majoritariamente, o discurso de Jair Bolsonaro durante as manifestações deste 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil. Os atos ocorreram em diversas cidades do país.
Jornais apontam que o presidente ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF) de golpe, pregou desobediência ao Judiciário, voltou a atacar as urnas eletrônicas e afirmou que só deixará seu cargo morto.
A radicalização de Bolsonaro abre espaço para ação do Judiciário ou do Legislativo, e partidos de centro-direita mostram que estão dispostos a se unir à oposição para apoiar a abertura de um processo de impeachment.
Também foram registradas manifestações da oposição em diversas cidades brasileiras durante o feriado. Os ministros do STF se reuniram e devem se manifestar hoje sobre as declarações do presidente.
Painel S.A. (Folha de S.Paulo) anota que representantes do empresariado acompanharam discurso do presidente Jair Bolsonaro, ontem, com apreensão. A avaliação é que Bolsonaro deveria focar na retomada e perseguir a agenda econômica, deixando a política de lado.
Conselho
Estadão e O Globo, também noticiam que o presidente Jair Bolsonaro reúne nesta quarta-feira o Conselho de Governo, formado sobretudo pelos ministros de Estado, para discutir a crise institucional e os próximos passos depois das manifestações do 7 de Setembro. Segundo auxiliares, além disso, Bolsonaro também insistirá no diálogo com o presidente do STF, Luiz Fux. Interlocutores de Fux, no entanto, disseram ontem ao Valor Econômico que não há clima para um diálogo com o presidente.
Precatórios
Valor Econômico observa que as ameaças do presidente Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes e ao STF podem prejudicar o acordo com o Judiciário para reduzir o pagamento de precatórios no ano que vem. Acertada nos últimos dias, a iniciativa é fundamental para bancar a ampliação do Bolsa Família. No Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cancelou todas as sessões deliberativas, por considerar que não há ambiente para votações.
MP das redes sociais
Na terça-feira, O Estado de S. Paulo e O Globo destacaram que, nas vésperas dos atos de 7 de setembro, o presidente Bolsonaro editou uma MP que dificulta a atuação das redes sociais para apagar conteúdos de usuários.
A medida altera o Marco Civil da Internet e é defendida pela ala ideológica do governo. De acordo com o Estadão, as plataformas avaliaram que a ação limita o controle de abusos e atrapalha os esforços para manter um local de debate seguro.

O dólar comercial fechou segunda-feira em queda de 0,15%, cotado a R$ 5,17. Euro caiu 0,26%, chegando a R$ 6,14. A Bovespa operou com 117.868 pontos, alta de 0,8%. Risco Brasil em 304 pontos. Dow Jones subiu ontem 0,76% e Nasdaq teve alta de 0,07%.

Valor Econômico
Bolsonaro usa tom golpista para pregar desobediência
O Estado de S. Paulo
Bolsonaro prega desobediência ao STF e partidos debatem impeachment
Folha de S.Paulo
Bolsonaro ameaça STF de golpe, e pressão por impeachment cresce
O Globo
Bolsonaro lidera atos golpistas e amplia isolamento político
Correio Braziliense
Bolsonaro eleva o tom e tenta enquadrar STF e TSE
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