Destaques da edição:
Arranjos fiscais sem pedalar e o desafio do aperto monetário – Na última semana, em meio às discussões sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e a reforma do Imposto de Renda, vimos o aumento mais forte na Selic ser justificado pela elevação do risco fiscal no balanço de riscos do Banco Central (Bacen), e Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou nova elevação de 1% para a reunião de setembro. O balanço de riscos leva em conta diferentes questões, não apenas a política fiscal sozinha, como também estão intrínsecos fatores políticos com potencial para afetar as contas públicas. Mas, hoje, não temos pedaladas como no passado.
A percepção fiscal como grande guia da elevação da Selic, quando a parte fiscal não está sendo estimulada por emissão de moeda, é uma percepção errada. Isso aconteceu nas décadas passadas, quando mais base monetária era destinada a financiar gastos de custeio do governo, como aumento de salários. Não é o que está acontecendo agora.
Produção industrial cresce 12,9% no primeiro semestre – O volume de vendas do comércio varejista brasileiro apresentou recuo de 1,7% em junho, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada em 11/08 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE). Dessa forma, o setor interrompeu uma sequência de dois meses de altas significativas (+2,5% em abri l e +2,7% em maio) e registrou seu pior desempenho para meses de junho desde 2002 (-2,0%).
Com o avanço da vacinação e o aumento na circulação de consumidores, a tendência é que as vendas sigam reagindo de forma predominantemente positiva ao longo do segundo semestre. Entretanto, o cenário de inflação elevada “já contratado” até o quarto trimestre de 2021 e a consequente tendência de elevação dos juros ao consumidor na ponta deverão desacelerar o ritmo de recuperação das vendas até o fim do ano. Neste contexto, a CNC manteve em +4,5% sua previsão para a variação do volume de vendas do comércio varejista em 2021.
Copom eleva taxa básica de juros após sua última reunião – Em 4 de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reuniu para sua 240° reunião. Nesta reunião foi decidido que a taxa básica de juros (Selic) sofreria um acréscimo de 1 ponto percentual , atingindo 5,25% ao ano. É importante que se explique a decisão tomada pelo comitê. A princípio, a decisão faz par te de uma iniciativa de correção de riscos futuros. A economia brasileira encontra-se em uma delicada recuperação pós-pandêmica e é importante garantir que os índices permaneçam positivos. Por tanto, a postura adotada pelo Copom é de prevenir futuros possíveis abalos.
Mercado espera novos aumentos na taxa de juros – No último relatório Focus divulgado pelo Banco Central, em 13/08 a mediana das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano aumentou para 7,05%, o 19o aumento consecutivo nessa estimativa. No curto prazo, as projeções dos analistas para o IPCA são de 0,50% para agosto e 0,43% para setembro. Mantendo a tendência, a mediana das projeções dos analistas para o IPCA de 2022 aumentou pela quarta semana para 3,90%, enquanto, para 2023, a estimativa permaneceu em 3,25%.
Seminário Novo Simples Nacional (II) – No número passado desta publicação, por causa do Seminário Novo Simples Nacional foram feitas algumas considerações sobre esse sistema tributário, o posicionamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) acerca da tributação sobre as empresas foi colocado e algumas estatísticas da arrecadação do Simples Nacional (SN) foram trazidas. Nesta edição do Sumário Econômico, o Novo Simples Nacional será tratado com mais detalhes. Evento online, promovido pela Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (Sempe), contou com audiência de mais de 100 pessoas no pico da transmissão.
Crise hídrica, seus motivos e suas consequências – Os reservatórios de água que concentram algumas das principais hidrelétricas do Brasil estão passando por um período de esvaziamento. A escassez de chuvas no País, para a geração de energia, é a pior em 91 anos, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Tal cenário dificulta e encarece a produção energética, afetando diretamente os setores produtivos e a população.
O déficit de chuvas atual é visto como severo, segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), especialmente para os estados onde se localiza a bacia do rio Paraná: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Constata-se, assim, a importância de investimento em potenciais alternativas à geração de energia por meio de hidrelétricas e outras alternativas, como a proveniente da luz solar, a fim de evitar r iscos de abastecimento e consequentes crises. Dessa forma, é preciso refletir sobre a matriz elétrica brasileira, possibilitando a elaboração de um planejamento energético mais eficiente, ampliando a participação de energia limpa, como energia solar e energia eólica, sem desconsiderar a da agricultura.