Monitor – 11 de agosto de 2021

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
11/08/21 | nº 468 | ANO III |  www.cnc.org.br

Reportagem do Valor Econômico informa que a pandemia fez com que o patamar de famílias endividadas operasse, em julho, acima da média nacional em 15 Estados, segundo pesquisa da CNC. O quadro é menos favorável do que em junho, quando 14 Estados se encontravam nessa situação. No mesmo levantamento, a CNC apurou que, em julho, a fatia de famílias endividadas operou acima de média histórica em 22 Estados. Em junho, eram 21.

Para Izis Ferreira, economista da CNC responsável pelo levantamento, contribuíram para os resultados as bruscas mudanças nos padrões de consumo causadas pela crise da covid-19. É o caso do uso de cartão de crédito para compor renda entre mais pobres. Ao mesmo tempo, entre os mais ricos, poupança foi formada pela impossibilidade de realizar viagens ou contratar outros serviços, o que deslocou recursos para endividamento em financiamentos mais caros, de longo prazo. Como essas mudanças de padrão de consumo persistem, devido às restrições de circulação social, a heterogeneidade no perfil de endividamento das famílias por Estados deve continuar até fim da pandemia.

Sistema S
O Estado de S. Paulo
 informa que a Câmara aprovou ontem pacote de estímulo ao emprego de jovens e trabalhadores informais com regras diferenciadas de contratação e um bônus em dinheiro para a qualificação. O diário paulista detalha que o Priore e o Requip, com custo de R$ 41,1 bilhões entre 2022 e 2026, na versão original seriam bancados em boa parte com 30% dos recursos do Sistema S.

A reportagem ressalta que o relator da medida provisória, Christino Áureo (PP-RJ), deixou uma brecha  para que um dos bônus previstos no programa seja pago pela empregadora, mas ela poderá compensar o gasto depois com a contribuição que paga ao Sistema S.

Coronavírus
Folha de S.Paulo 
conta que, em quatro semanas, triplicou a proporção da variante delta identificada em amostras do Sars-CoV-2 depositadas pelo Brasil na plataforma internacional Gisaid, que reúne dados genômicos de 172 países.

No dia 27 de julho, ela representava 12,8% das amostras; agora, são 38,5%. A variante gama (antiga P.1) responde hoje por 60%; há quatro semanas, representava quase 90% das amostras.

Ontem foram registrados 34.885 novos casos de covid-19 e 1.211 mortes em decorrência da doença. Com os novos dados, o número de mortes pela covid-19 chegou a 564.773. O acréscimo dos novos casos registrados elevou a quantidade de pessoas infectadas desde o início da pandemia a 20.212.642. A média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 899. São agora 11 dias seguidos com essa média abaixo de 1 mil. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -17% e aponta tendência de queda.

IPCA 
Principais jornais relatam que o IPCA registrou alta de 0,96% em julho. Puxado pela energia elétrica mais cara, o resultado é o maior para o mês desde 2002, quando o índice foi de 1,19%. A variação de 0,96% ocorreu após avanço de 0,53% em junho. Com o resultado, o IPCA chegou a 8,99% no acumulado de 12 meses e ampliou a distância em relação ao teto da meta de inflação perseguida pelo BC neste ano. No acumulado até junho, a variação estava em 8,35%. O teto da meta de inflação em 2021 é de 5,25%. O centro é de 3,75%.

Selic
Folha de S.Paulo e Valor Econômico 
contam que o Copom afirmou que o risco fiscal foi preponderante na decisão de aumentar a Selic em 1 ponto percentual, a 5,25% ao ano, na semana passada, segundo ata divulgada ontem. Nos últimos dias, dúvidas em relação ao custeio do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil, e sobre o pagamento de precatórios foram mal-recebidas pelo mercado e deterioraram ainda mais o cenário.

O BC adiantou que fará elevações de juros em todas as próximas reuniões, sem interrupções, até que a Selic fique acima do patamar considerado neutro. A percepção no mercado de que a taxa básica de juros chegará a pelo menos 7% ao ano no fim do atual ciclo de ajustes foi fortalecida ontem com a divulgação da ata.

Combustíveis
Folha de S.Paulo 
relata que o governo decidiu antecipar-se a consulta pública da ANP e liberou a venda de combustíveis de outras marcas nos postos brasileiros por MP .

O texto libera ainda a venda de etanol diretamente das usinas para os postos, outro tema que vinha sendo debatido pelo órgão regulador. Em ambos os casos, as mudanças encontram resistência entre as maiores distribuidoras de combustíveis do país.

Comércio eletrônico
Reportagem do Valor Econômico diz que a Amazon começará a pagar diretamente uma compensação aos clientes que forem prejudicados por produtos perigosos vendidos em sua loja por comerciantes independentes. A decisão foi tomada porque a companhia vem enfrentando uma pressão crescente sobre a segurança dos produtos que vende em seu site.

A companhia de comércio eletrônico disse que a partir de 1º de setembro começará a indenizar clientes por danos pessoais ou danos à propriedade em reivindicações de até US$ 1.000, que segundo a empresa representam “mais de 80%” dos casos.

Hotelaria
Valor Econômico 
informa que o InterContinental Hotel Group (IHG), proprietário do Crowne Plaza e do Holiday Inn, vai lançar uma marca direcionada para o mercado do lazer de luxo, em uma tentativa de acompanhar os rivais agora que o setor de viagens começa a se recuperar.

O grupo informou nesta terça-feira que em três semanas anunciará o nome da marca, que vai aumentar sua carteira de cadeias de hotéis de alto padrão – entre eles o Six Senses e o Kimpton -, que representam quase um terço de sua receita.

Voto impresso
Manchetes no Estadão, Folha e O Globo destacam que o Congresso aplicou derrota ao presidente Jair Bolsonaro ao rejeitar a proposta de emenda constitucional (PEC) que introduziria a obrigatoriedade do voto impresso. Eram necessários 308 votos, mas o presidente, que fez do voto impresso sua principal bandeira para as eleições de 2022, obteve 229. Em entrevista em tom conciliador, após a votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o arquivamento da proposta.

Desfile militar
Folha de S.Paulo 
observa que o desfile de blindados da Marinha por Brasília conduzido no dia em que o Congresso avaliou a proposta do voto impresso, cara a Jair Bolsonaro, constrangeu integrantes das Forças Armadas e arrancou críticas da oposição, que viu no ato uma tentativa de intimidação num momento em que o presidente ataca os demais Poderes. Reservadamente, oficiais disseram se tratar de “alegoria desnecessária”, que expôs os militares. Demais publicações também comentam o fato.

LSN
Imprensa informa que o Senado aprovou ontem projeto que revoga a Lei de Segurança Nacional (LSN), remanescente da ditadura militar e um dos instrumentos mais utilizados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro contra seus adversários. Ao mesmo tempo, os senadores aprovaram projeto que define crimes contra o Estado Democrático de Direito, como a interrupção das eleições e o uso de fake news nos pleitos. Bolsonaro pode vetar o texto, mas a última palavra é dos deputados e senadores.

O dólar comercial fechou ontem em queda de 0,96%, cotado a R$ 5,19. Euro caiu 1,12%, chegando a R$ 6,08. A Bovespa operou com 122.202 pontos, queda de 0,66%. Risco Brasil em 301 pontos. Dow Jones subiu 0,46% e Nasdaq teve queda de 0,49%.
Valor Econômico
Inflação alta reduz o espaço para elevar gastos em 2022

O Estado de S. Paulo
Câmara rejeita voto impresso, na maior derrota de Bolsonaro

Folha de S.Paulo
Câmara veta voto impresso e impõe derrota a Bolsonaro

O Globo
Após desfile militar na Esplanada, Câmara rejeita o voto impresso

Correio Braziliense
Democracia avança. Golpismo vira fumaça

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