Monitor CNC – 27 de julho de 2021

Editorial econômico de O Estado de S. Paulo avalia que resultados positivos de diferentes segmentos vão formando um cenário predominantemente alentador para o desempenho da economia no segundo semestre. Há, porém, diferenças profundas entre a evolução de alguns setores e a de outros. Embora alguns, como 13 entre 15 setores da indústria, já superam os resultados de 2019, como mostrou reportagem do Estado, outros crescem sobre resultados bastante deprimidos (os de 2020, quando a pandemia afetou toda a atividade econômica).

Jornal ressalta que o comércio varejista, em particular, tem um sério desafio à frente. Precisa recuperar a perda em que incorreu no período de restrições severas às atividades presenciais. O economista da CNC Fabio Bentes estima em R$ 873,4 bilhões a perda do varejo entre fevereiro de 2020 e maio deste ano. É o resultado agregado de todo o varejo.

Texto acrescenta que, examinados em diferentes segmentos, os números mostram grandes discrepâncias. Os supermercados e o varejo de alimentos e bebidas viram seu faturamento aumentar na pandemia. Mas caíram expressivamente as vendas de equipamentos e materiais para escritório, tecidos, vestuário e calçados. Setores como o de turismo e eventos foram os que mais perderam na pandemia. De positivo, a crise levou à expansão do comércio eletrônico, que poderá crescer mais.

O Estado de S. Paulo conta que pelo menos oito capitais suspenderam a aplicação da primeira dose da vacina contra o novo coronavírus por falta de imunizante. O Ministério da Saúde informou ter iniciado ontem a entrega de 10,2 milhões de unidades.

O Brasil registrou 587 mortes por covid-19 ontem, até 20h, chegando a 550.586 vítimas fatais pela doença desde sua chegada ao país, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa. A média ficou em 1.101 mortes por dia na semana móvel terminada ontem, com queda de 13% em relação à semana móvel anterior. Do ponto de vista estatístico, o número representa estabilidade. Ontem foram confirmados mais 21.088 contágios pela doença, elevando para 19.706.704 o total de infectados no país. Na média móvel, foram 45.362 na semana encerrada ontem, com alta de 7% sobre o período anterior, o que também representa estabilidade do ponto de vista estatístico.

PEC 110
O Globo expõe que o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) trabalha em um novo parecer para a PEC 110, considerada “outra perna” da reforma tributária, e deve apresentar o novo texto após o recesso parlamentar, em agosto.

Com o fatiamento da reforma, coube ao Senado analisar o projeto que unifica impostos e o do passaporte tributário, que prevê a renegociação de dívidas de empresas.

A construção da proposta tem sido feita em conjunto com a equipe econômica, que vem se reunindo com o parlamentar para afinar detalhes. Nessa fase, a reforma permitirá a fusão da CBS com o ICMS e o ISS.

Simples
O Estado de S. Paulo mostra que o relator do projeto de reforma do Imposto de Renda, Celso Sabino (PSDB-PA), avalia a possibilidade de isenção da tributação de lucros e dividendos distribuídos para as empresas que estão inscritas no Simples.

Sabino pretende manter no parecer a isenção até R$ 20 mil para as empresas que pela legislação são enquadradas como micro e pequenas, que têm faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

Tributária
Painel S.A. (Folha de S.Paulo) veicula que grupo de entidades prepara manifesto “em defesa de uma reforma tributária ampla e justa”, que deve ser levado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Pronampe
Valor Econômico e O Globo informam que o Pronampe liberou cerca de R$ 17 bilhões até sexta-feira (23) para 223 mil empresas. Os empréstimos, que começaram em 7 de julho, correspondem a 68% do total previsto para este ano, de R$ 25 bilhões.

Caminhoneiros
Folha de S.Paulo e Valor Econômico relatam que grupos de caminhoneiros iniciaram protestos contra os sucessivos aumentos no preço do óleo diesel no domingo (25). No entanto, a tentativa de emplacar uma greve nacional aos moldes de 2018 fracassou.

Até ontem, apenas manifestações pontuais e isoladas foram registradas pelo país. A baixa adesão gerou insatisfação entre os próprios caminhoneiros.

A principal reivindicação da categoria é o fim do PPI (Preço de Paridade de Importação) no cálculo dos combustíveis vendidos pela Petrobras.

Segundo a Organização Mundial do Turismo, da ONU, por causa do turismo regional, o continente americano exibe números melhores para o setor, embora sigam distantes dos níveis pré-pandemia. O indicador da entidade mostra que a atividade estava 72% abaixo do nível pré-covid no continente, em maio – último dado disponível. No Caribe está 60% abaixo do nível de 2019, enquanto na América do Sul está 75% menor.

O turismo perdeu participação no PIB dos países da América Latina de forma significativa em 2020. No México, passou de 15% do PIB para 8,5%, segundo dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Na Argentina caiu de 9,4% para 6,5%. Em Cuba, de 10,2% para 5,7%. No Brasil, de 7,7% a 5,5%.

Magalu
Folha de S.Paulo conta que o Magazine Luiza anunciou ontem que concluiu a compra da plataforma de entregas por meio de motocicletas Sode. Segundo a companhia, a taxa de conversão é 62% maior para os pedidos entregues em até uma hora, quando comparada com o prazo de 48 horas. Em breve a Sode fará entregas também para os vendedores do marketplace do Magazine Luiza e para restaurantes da aplicativo de entrega de refeições AiQFome.

Pernambucanas
Valor Econômico relata que a Pernambucanas, rede de moda e itens para casa, irá dobrar o volume de lojas a serem abertas no Rio de Janeiro, aumentando ainda mais a crescente disputa no mercado fluminense. Ainda deve acelerar as inaugurações no Norte e Nordeste, elevando, com isso, a projeção de número total de pontos da rede para o ano.

A varejista entrou nessas duas regiões em junho, com a abertura em Gurupi (TO), e em Salvador (BA), e planeja chegar a 15 lojas no Norte e no Nordeste até dezembro. No Rio, o plano é passar de 30 unidades para 60 até o fim de 2022.

Reforma ministerial
Folha de S.Paulo acrescenta que a reforma ministerial prevista pelo presidente Jair Bolsonaro para afagar o centrão encontra resistência no ministro Luiz Eduardo Ramos, que não quer passar a Casa Civil para o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Paralelamente, Paulo Guedes (Economia) tenta limitar o tamanho da nova pasta do Trabalho e Previdência, na qual Onyx Lorenzoni absorverá parte de suas funções.

Fundo eleitoral
O Globo registra em manchete o recuo de Jair Bolsonaro em relação ao veto do fundo eleitoral. Depois de garantir que desautorizaria o valor aprovado no Congresso, ele sinalizou apoio ao montante de R$ 4 bilhões. A quantia é o dobro da verba pública destinada para financiar a eleição de 2022. O presidente afirmou que pretende barrar apenas o que chamou de “excesso”.

Emendas
Pelo menos seis parlamentares usaram a “emenda do cheque em branco” para enviar, no total, R$ 27,6 milhões para cidades comandadas por parentes como filho, irmão, pai ou sobrinho, informa manchete de O Estado de S. Paulo. Criado na gestão Bolsonaro, o mecanismo permite a parlamentares destinar dinheiro para suas bases eleitorais de forma rápida e sem necessidade de projeto.