Monitor CNC – 26 a 28 de junho de 2021

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Informativo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
26 a 28/06/21 | nº 436 | ANO III |  www.cnc.org.br

Folha de S.Paulo afirma que, em meio à vacinação contra a Covid-19, brasileiros começam a demonstrar maior interesse em retomar viagens de turismo, indicam entidades do setor. O quadro começa a gerar uma dose de otimismo entre empresários após o registro de uma série de prejuízos durante a pandemia.

Texto ressalta que, de acordo com o economista da CNC Fabio Bentes, mesmo com o possível estímulo da imunização, o setor de turismo só deve recuperar o nível de atividade do pré-pandemia ao final de 2022. A reação pode ocorrer, aponta Bentes, desde que não haja grandes choques negativos no meio do caminho, incluindo a eventual ineficácia de vacinas contra variantes do coronavírus.

Dados da CNC sinalizam que o volume de receitas de turismo vinha melhorando no segundo semestre do ano passado, após o tombo inicial na crise. No entanto, a piora da pandemia no começo de 2021 elevou restrições e freou o movimento de retomada.

Em dezembro, o setor havia alcançado R$ 36,51 bilhões em receitas, maior marca desde fevereiro do ano passado (R$ 43,94 bilhões). Com o recrudescimento da crise sanitária, esse número recuou para R$ 24,6 bilhões em abril, dado mais recente do estudo da CNC.

“A partir do terceiro trimestre de 2020, observamos um início de recuperação, frustrada no começo deste ano pelo recrudescimento da pandemia. Embora ainda não tenhamos dados sobre o final do segundo trimestre de 2021, a flexibilização de medidas restritivas, associada ao avanço da vacinação, traz um cenário mais positivo para o setor”, afirma Bentes.

A Folha registra, ainda, que, de acordo com a CNC, entre março de 2020 e abril de 2021, o setor turístico amargou perda de R$ 355,2 bilhões no volume de receitas. Além disso, fechou 474,1 mil postos formais de trabalho desde o início da pandemia. A quantia equivale a 13,5% do estoque de empregos de antes da Covid-19.

Em 2020, o tombo no volume de receitas foi de 36,6%, e a CNC aposta em um avanço de 16,7% em 2021. “É como se o setor alcançasse a metade do que foi esvaziado do copo. Ainda há um longo caminho para percorrer”, diz Bentes.

Coronavírus
O Brasil chegou a 513.544 mortes por covid-19 ontem com o registro de mais 745 óbitos. A média na semana móvel foi de 1.661 mortes por dia, abaixo de 2 mil pelo sexto dia seguido, e em queda de 16% ante o período anterior. É a primeira queda do ponto de vista estatístico (superior a 15%) em 40 dias. Os números são do consórcio de veículos de imprensa. Ontem foram confirmados mais 32.963 contágios em 24 horas, elevando para 18.417.113 o total de contágios no país desde o início da pandemia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 70.103 diagnósticos por dia, alta de 5% sobre a semana móvel anterior.

Reforma tributária
Com chamada na capa, O Estado de S. Paulo (26/06) destacou que o governo propôs ampla reformulação no Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas. O modelo traz desoneração para a classe média, mas aumenta a tributação sobre o ganho dos grandes empresários.

O Globo (26/06) trouxe que, na avaliação de especialistas, o projeto de reforma tributária apresentado pelo governo deve resultar em aumento indireto da carga de impostos sobre empresas.

IRPJ 1
O Estado de S. Paulo 
(26/06) também veiculou críticas de empresários e da equipe econômica do governo com proposta para tributar lucros e dividendos e pôr fim ao Juro sobre Capital Próprio (JCP).

Conforme a reportagem, a avaliação é que a redução nas alíquotas do IRPJ não será suficiente para compensar o aumento em outras frentes. A combinação de alterações resultará em carga tributária maior para o setor produtivo.

Folha de S.Paulo afirma que, segundo contabilistas e advogados, mudanças no Imposto de Renda propostas pelo governo podem elevar a carga tributária de empresas. Analistas avaliam que, com a cobrança sobre dividendos, empresas que declaram imposto pelo lucro presumido passariam a ter carga tributária total de 49%, contra 34% hoje.

Inflação
O Estado de S. Paulo e O Globo 
(26/06) abordaram que o IBGE divulgou ontem que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acelerou a 0,83%, sob impacto do encarecimento da gasolina e da energia elétrica, que impulsionou a prévia da inflação em junho.

Com isso, o IPCA-15 acumulado em 12 meses subiu para 8,13% em junho, considerado o resultado mais elevado desde outubro de 2016. Segundo especialistas, o resultado indica cenário ainda desconfortável.

Commodities
Folha de S.Paulo 
(27/06) assinalou que o novo ciclo de commodities, impulsionado no ano passado com o início da recuperação da crise do coronavírus, ainda tem efeitos limitados nos outros setores da economia brasileira.

Abordagem pontuou que na avaliação do professor da EESP/FGV, Felippe Serigati, a “indústria tem tido graves dificuldades ao menos nos últimos cinco anos e o setor de serviços apanhou muito durante a pandemia”.

O economista Paulo Morceiro, pesquisador da Universidade de Joanesburgo (África do Sul), observa que o peso da agropecuária e da indústria extrativa somados no PIB ultrapassou a indústria de transformação, o que não acontecia desde o fim da década de 1950.

Boticário
Valor Econômico
 relata que o Grupo Boticário trabalha na estruturação de um “marketplace” especializado em beleza e bem-estar, que venda produtos e serviços da companhia e de terceiros. A iniciativa faz parte da estratégia traçada para tornar a organização mais digital, acelerada neste ano com aquisições de empresas e contratação massiva de profissionais de tecnologia.

Fernando Modé, CEO do grupo desde março, conta que a companhia deve empregar cerca de mil funcionários da área até dezembro, incluindo desenvolvedores de software e cientistas de dados – 50% a mais do que tinha em 2020 e quase o mesmo número de pessoas alocadas na fabricação de seus produtos.

Turismo
Painel S.A. (Folha de S.APulo, 26/06) 
registrou que empresários do setor de turismo querem tentar convencer Bolsonaro a abrir mão de uma das primeiras medidas tomadas em seu governo: a extinção do horário de verão, que veio por meio de um decreto ainda em abril de 2019. Eles argumentam que o retorno pode beneficiar o turismo nacional, estendendo o horário das atividades ligadas ao setor, além de representar uma economia na energia elétrica diante da preocupação com a crise hídrica. Entidades filiadas à CNTur (Confederação Nacional do Turismo) do Paraná, da Bahia e de Santa Catarina vão enviar o pedido ao governo.

CPI da Pandemia
Declarações do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, em depoimento à CPI da Pandemia, foram destaque no noticiário de sábado. Principais jornais relataram que eles confirmaram que houve uma “pressão atípica” para que a importação da vacina indiana Covaxin fosse acelerada. Os irmãos afirmaram ainda ter avisado Jair Bolsonaro sobre as suspeitas de corrupção envolvendo o imunizante.

Segundo Luis Miranda, o presidente teria falado em “rolo” de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, na negociação da vacina. Eles entregaram à CPI documentos e cópias de mensagens de celular. Em rede social, Barros negou ter participado da negociação. Em nota, o Ministério da Saúde afirma não ter efetivado a compra de nenhuma dose de Covaxin.

Os jornais apontaram que os depoimentos colocaram Jair Bolsonaro no centro de um escândalo e que a CPI deve passar a mirar o presidente.

Na Folha de S.Paulo (27/06), manchete trouxe que o “superpedido” de impeachment que vem sendo articulado pela oposição contra o presidente Jair Bolsonaro ganhou novo impulso após as denúncias dos irmãos Miranda.

Nesta segunda-feira, em entrevista à Folha de S.Paulo, o deputado federal Luis Miranda indica que o Ministério da Saúde pode abrigar um esquema de corrupção “muito maior” do que o contrato da vacina Covaxin, em investigação pela CPI da Covid.

O parlamentar diz que seu irmão vê indícios de fraude também na compra de testes de Covid-19 e poderá expor mais detalhes em uma sessão secreta da comissão.

Estadão, O Globo, Folha e Correio abordam que a CPI da Covid quer investigar a ligação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), com a compra de outras vacinas, além da Covaxin. São a russa Sputinik Vea chinesa Convidecia.

Valor Econômico acrescenta que a CPI quer avançar investigação sobre o orçamento secreto para desgastar Jair Bolsonaro ainda mais. Para integrantes do colegiado, isso é o que tem garantido blindagem ao presidente. A ideia é concentrar a investigação nos repasses das emendas do relator geral do Orçamento para o Ministério da Saúde.

O dólar comercial fechou sexta-feira em alta de 0,67%, cotado a R$ 4,93. Euro subiu 2,26%, chegando a R$ 5,98. A Bovespa operou com 127.255 pontos, queda de 1,74%. Risco Brasil em 264 pontos. A Dow Jones subiu 0,69% e Nasdaq teve queda de 0,06%.
Valor Econômico
Para combater a covid, cidades elevam gasto com saúde em 11%

O Estado de S. Paulo
Intermediária da Covaxin prosperou sob Bolsonaro

Folha de S.Paulo
Há esquemas na Saúde, diz deputado

O Globo
Cinco maiores estatais cortam 25% do quadro

Correio Braziliense
‘Lázaro estava escondido, com uma arma apontada, esperando os policiais’

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