Turismo, a industria que não polui

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Magda Mofatto*

O Turismo no Brasil segue crescendo. É o que aponta a pesquisa semestral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sinalizando um aumento de 4,4%, superior ao crescimento do PIB em geral e das atividades da indústria e do comércio. Sempre digo que o Turismo é a indústria limpa do século XXI. É ela que gera empregos, divisas e receitas e não polui o meio ambiente. Aliás, também faz questão de realizar ações para preservá-lo.

Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pela maior receita de hotéis, restaurantes e locadoras de automóveis. Regionalmente, oito dos 12 estados pesquisados acompanharam o crescimento no mesmo período, com destaque para o Espírito Santo, que apresentou variação positiva de 9,6%, seguido de Rio de Janeiro (8,8%), Bahia (5,8%), Minas Gerais (5,6%), São Paulo (5,3%), Pernambuco (4,1%), Ceará (2,1%) e do meu Estado de Goiás, que vem em crescente acumulada de 0,7%.

Entre janeiro e julho de 2019, a taxa nacional mostrou crescimento de 3,2%, frente ao mesmo período do ano passado, E oito estados registraram aumento: Ceará (8,5%), São Paulo (7,1%), Pernambuco (3,1%) ficaram com  o  pódio,  e o Turismo de Goiás marcou um percentual de 2,3% de acréscimo, seguido por Bahia (2,2%), Espírito Santo (1,9%), Minas Gerais (1,7%) e Rio de Janeiro (0,8%).  O  que se vê claramente é que os índices acompanham um aumento crescente ao longo dos últimos meses, mostrando que o turismo nacional passou incólume sobre a longa crise financeira que assola o País.

Para continuar nas estatísticas do IBGE, julho marcou aumento 2,6% em relação ao mesmo mês de 2018. No mês das férias escolares, esse crescimento foi ainda maior, na casa dos 4,4%, se comparado com o ano passado.

Assim como eu fiz no Plenário da Câmara dos Deputados e também nas redes sociais, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, comemorou os números positivos divulgados pelo IBGE. Ele, que é um player fundamental do setor, reafirmou a relevância do setor para alavancar a economia brasileira. “Os dados mostram que o nosso trabalho está surtindo efeito. Estamos no caminho certo, levando o País para um desenvolvimento econômico sustentável, sempre com o objetivo de potencializar o turismo e gerar renda e emprego para a população”, comentou o ministro.

Assino embaixo do que disse Álvaro Antônio, mas acrescento que esse trabalho, no caso especificamente de Goiás, começou há tempos, com iniciativas pioneiras e revolucionárias. Uma delas é o levantamento de dados para a elaboração do Inventário da Oferta Turística e do Censo Hoteleiro. Não é possível elaborar nenhuma política pública eficaz sem diagnóstico prévio e extremamente técnico.

Por isso, eles foram iniciados e aprofundados na gestão do então secretário de Turismo do Estado de Goiás, Leandro Garcia. Ele, que chegou a ser presidente do Fórum Nacional de Turismo, começou o projeto que baliza e fornece dados para a execução do turismo em Goiás. Isso permitiu a ampliação do Mapa do Turismo dos Municípios Goianos, com os seguintes moldes: em comparação a 2018, o Estado de Goiás inseriu 34 municípios no mapa, passando de 49 para 83 cidades com vocação turística. Elas são distribuídas em dez regiões, classificadas por suas características geológicas, midiáticas, culturais e gastronômicas.

O modelo de Goiás foi inserido ao padrão nacional, muito bem coordenado pelo Ministério do Turismo (MTur). Em todo o País, foram listados 3.285 municípios em 328 regiões turísticas, um crescimento exponencial em relação ao mapa de 2016, quando foram registradas 2.175 cidades em 291 regiões.

Vê-se que, com técnica, capacitação e trabalho de campo, o turismo brasileiro vem crescendo devido à iniciativa privada, mola propulsora do segmento, mas também com apoio das entidades públicas e administrativas do setor.

Creio piamente que o grande salto registrado nas estatísticas oficiais do governo federal é resultado de um amplo trabalho de conscientização do MTur junto aos gestores municipais e estaduais. Elas focam sempre na necessidade de identificação e classificação das cidades. É uma forma de garantir que as políticas públicas e investimentos governamentais sejam mais adequados à realidade de cada região goiana.

Analisando especificamente o mapa, vejo que ele é um instrumento muito importante para gestão, estruturação e promoção dos destinos. Por isso, é fundamental que esteja sempre atualizado, garantindo eficiência nos municípios que queiram trabalhar o turismo como uma atividade econômica.

A atualização periódica do mapa faz parte de uma estratégia do Plano Brasil + Turismo,  lançado para fortalecer o setor de viagens  no País. De acordo com o Plano, essa iniciativa começou em 2019 e prevê a atualização do mapa a cada dois anos. Sua construção é feita em conjunto com os interlocutores estaduais, que representam o MTur, e órgãos oficiais de Turismo dos estados brasileiros e instâncias de governança regional.

Em Goiás, onde participei ativamente da categorização dos municípios goianos, 33 novos foram selecionados e remetidos às categorias A, B e C. Os critérios têm como objetivo definir e delimitar o fluxo de turistas domésticos e internacionais; e, principalmente, a forma como se apresentam em infraestrutura, logística, estradas, aeroportos (quando há) e restaurantes para receber os visitantes.

Temos destinos como Goiânia, a capital do estado, focada no turismo de negócios, feiras e eventos corporativos. Há também Trindade, município da zona metropolitana de Goiânia, nacionalmente famosa pela Basílica do Divino Pai Eterno, berço goiano do turismo religioso.

Em Caldas Novas, cidade onde sou radicada e da qual sou ex-vereadora, ex-prefeita, deputada estadual e três vezes deputada federal, temos a vocação da água termal. Ao lado de Rio Quente, Caldas Novas tem a maior vazante mundial de águas que brotam da terra com temperatura média de 35 a 50 graus. Essas e outras características logísticas fazem do município o terceiro mais visitado do País, junto com Gramado – RS e Campos do Jordão – SP, além das cidades litorâneas.

Complementa-se na classificação prioritária, A, B e C, os municípios de Alto Paraíso de Goiás, famoso por suas supostas aparições sobrenaturais de OVNIs; a cidade de Aruanã, com praias cristalinas às margens do Rio Araguaia; e ainda as cidades históricas de Abadiânia, Formosa, Goiás e Pirenópolis, com casario, ruas e praças preservadas desde a colonização dos bandeirantes, com profunda influência da arquitetura portuguesa.

Os outros 50 municípios goianos figuram nas categorias D e E. Esses destinos não possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo, mas possuem papel importante no fluxo turístico regional e precisam de apoio para a geração e formalização de empregos e estabelecimentos de hospedagem.

Portanto, como se vê, Goiás tem estruturado um plano de atuação e coordenação das atividades turísticas em médio e longo prazo. Com suporte do Ministério do Turismo,  que tem um papel de destaque   no governo do presidente Jair Bolsonaro, o turismo nacional vem colaborando com a retomada do crescimento do País. Tudo sem destruir e atuando para a preservação do meio ambiente.

*Magda Mofatto empresária do setor de turismo e deputada federal (PL-GO)

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