A visão do comércio – 2016

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APRESENTAÇÃO
Há mais de 20 anos, vimos reunindo os artigos por nós publicados, para consagrar a visão do setor do comércio sobre a conjuntura econômica e política do País. Nesta oportunidade, procuramos focalizar os principais acontecimentos do ano 2015, com objetivo básico de interpretá-los e, sempre que possível, adiantar nossas expectativas e previsões do futuro próximo. O ano de 2015 foi um ano de grandes dificuldades para o governo e, principalmente, para as empresas públicas, como a Petrobras, a Eletrobras, a Vale e outras de grande porte, com reflexo sobre as empresas privadas, grandes e pequenas. Na área interna, sobressaiu-se o desempenho negativo da indústria, pelo terceiro ano consecutivo, agora com queda de 55% na produção. O comércio também apresentou resultado negativo, com queda de 8,0% nas vendas do varejo. A agricultura continuará tendo desempenho positivo em 2016, com produção de 210,7 milhões de toneladas de grãos, 0,5% acima da safra anterior. Na área externa, a retração do mercado internacional e a queda dos preços das commodities provocaram a redução de 15% em nossas exportações e 25% nas importações, produzindo um saldo positivo de US$17,67 bilhões na balança comercial. O saldo negativo em Transações Correntes ficou em US$58,9 bilhões, ante US$104,2 bilhões em 2014. Possivelmente, o quadro mais dramático tenha sido registrado pelo setor público, acumulando novo déficit nominal no ano, com elevação da dívida pública para 65,1% do PIB. Esses números refletem a crise político-econômica que atravessa o País, desde 2014, refletindo-se no mercado de trabalho, com o registro de um milhão e meio de trabalhadores desempregados. O Governo está empenhado a realizar em 2016 um reajuste fiscal com 0,5% do PIB em superávit primário, mas tudo indica que, com a elevada taxa de juros SELIC, a dívida pública bruta vai caminhando para R$4 trilhões, cerca de 70% do PIB. No conjunto dos dados assinalados, temos que a crise econômica não vai ser superada tão cedo, pelo menos enquanto permanecer a crise política. O setor comercial, do varejo e do atacado, para se defender e ultrapassar o período de crise vai ter que guiar-se pela prudência na administração de suas atividades, na melhoria dos custos operacionais, do endividamento financeiro e da política de estoques, do aprimoramento das técnicas competitivas e da produtividade.

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