Opção pelo Crescimento – 2007

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APRESENTAÇÃO
Nos últimos 20 anos, a economia brasileira atravessou uma longa fase de baixo crescimento, com exceção apenas dos dois primeiros anos do Plano Real e, depois, em 2000 e 2004, quando o PIB nacional registrou expansão de 4,3% e 5,7%, respectivamente. A partir de 2006, ocorreu uma ligeira retomada das atividades econômicas, com expansão de 3,7% e, em 2007, verificou-se um forte impulso, em praticamente todas as áreas de produção. A agricultura, que em 2005 e 2006 experimentou a maior seca dos últimos 40 anos, principalmente na região Sul, recuperou-se totalmente e deverá atingir o recorde de mais de 135 milhões de toneladas, na safra 2007/2008, 5% acima da safra anterior. A indústria deverá superar, neste ano, a performance do ano passado (+3%) e encerrar o ano com expansão da ordem de 5% a 6%, capitaneada pelos setores de bens de capital (máquinas e equipamentos), da indústria automobilística e de bens de consumo duráveis. Da mesma forma, o comércio varejista, há quatro anos vem aumentando fortemente seu faturamento e, neste ano de 2007, até outubro, registrou uma taxa de crescimento de cerca de 9%. Crescimento maior ainda tem sido observado em todo o setor terciário, especialmente nas áreas de serviços e turismo. As exportações continuaram crescendo em 2007 e, embora em ritmo decrescente, acumularam no período janeiro-setembro, uma expansão de 15,5%; as importações ganharam força excepcional nesse período, com um crescimento vertiginoso de 28,3%, certamente estimulado pela valorização cambial. Durante todo o ano, a inflação esteve controlada, com uma taxa anual pouco acima de 4%, um resultado excepcional, que revela uma extraordinária resistência da economia brasileira à brutal elevação do preço do petróleo e à recente crise imobiliária nos Estados Unidos. O mercado de trabalho registrou auspicioso desenvolvimento, tanto em relação aos níveis de emprego, quanto na melhoria dos rendimentos do trabalhador. O resultado das licitações para a concessão de 2.600 kms de importantes rodovias e da Ferrovia Norte-Sul revelou o interesse de grandes empresas nacionais e internacionais em investimentos na infraestrutura, como já vinha ocorrendo nas áreas de geração de energia e de comunicações. Revelou, também, o impulso que terão, doravante, os projetos constantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre os quais sobressaem as Usinas Hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no Rio Madeira, e a de Belo Monte no Rio Tocantins, assim como as obras de transposição do Rio São Francisco. Nos dois últimos anos, alcançaram fundamental importância os projetos desenvolvidos na área social, como o Bolsa Família, o Fome Zero, a assistência social aos trabalhadores rurais, aos idosos e deficientes (LOAS), e também na área educacional, com destaque para o PROUNI, o FUNDEB e os programas de alfabetização. Em 2007, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo participou, ao lado do Governo e dos Trabalhadores, dos debates sobre as grandes reformas nas áreas sindical, trabalhista, tributária, previdenciária e outras, refletindo o ponto de vista do setor terciário nacional. Ao que tudo indica, o ano 2007 poderá representar o início de um longo período de elevado desenvolvimento econômico-social, com a retomada do crescimento tradicional, registrado nas décadas de 1960 e 1970. Há, entretanto, “uma pedra no meio do caminho”, que são os elevados gastos do setor público e a consequente pesadíssima carga tributária, que inibem o pleno aproveitamento do potencial de crescimento da economia brasileira. Nos artigos, entrevistas e pronunciamentos reunidos neste compêndio, procuramos fazer uma análise crítica e construtiva de alguns problemas de maior interesse nacional. Com a sua divulgação, pretendemos deixar registrado nos anais desta Confederação o que tem sido a orientação mestra de nossa Diretoria.

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