Equipe de transição defende a pacificação e a preservação ambiental para atrair investimentos

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Quatro lideranças estratégicas do grupo de transição discutiram o futuro do novo governo, no debate E Agora Brasil?, realizado nesta terça-feira, dia 6 de dezembro, pelos jornais O Globo e Valor Econômico, com o patrocínio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Federações e Sindicatos. O evento foi realizado em Brasília (DF), com transmissão ao vivo pelo YouTube.

Participaram deste encontro a deputada federal eleita Marina Silva, o governador da Bahia, Rui Costa, o senador eleito Wellington Dias, e o ex-ministro do Planejamento e Fazenda Nelson Barbosa. Com a mediação dos jornalistas e colunistas e O Globo Miriam Leitão e Merval Pereira, eles falaram sobre economia e orçamento, meio ambiente e sustentabilidade, pacificação nacional e defesa da democracia, entre outros temas.

Espaço fiscal

Sobre os desafios da transição, Nelson Barbosa, que integra o grupo técnico de Planejamento, destacou que o primeiro é ajudar o atual governo a manter a máquina pública operante até o fim deste ano e, ao mesmo tempo, garantir espaço fiscal para que o futuro governo tenha capacidade de conduzir o País, assegurando os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

“A transição visa garantir um bom fechamento do orçamento de 2022 e encaminhar um espaço fiscal para que o próximo governo possa governar para todos. A transição requer uma autorização para que se aumente o gasto além do que foi programado para 2023. Isso não é incompatível com a estabilidade fiscal, pelo contrário, se isso não ocorrer, a contração fiscal que está sendo prevista para o orçamento futuro é imensa. Os gastos cairão de 18,5% do PIB para 17,1%”, argumentou Barbosa, em uma posição de apoio à PEC da Transição, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado com o aporte de R$ 145 bilhões.

Wellington Dias reforçou o apelo pela validação da proposta, a qual, de acordo com ele, irá atender a diversos programas essenciais nas áreas da saúde, educação e habitação, além do Bolsa Família. “É a primeira vez na história que um presidente eleito precisa de quórum qualificado do Congresso Nacional, antes de assumir o poder. De qualquer forma, estou otimista que iremos aprovar a PEC”, disse, em referência à votação da PEC no plenário do Senado.

Pacificação

O segundo desafio, continuou Nelson Barbosa, é promover a pacificação do País, restabelecendo o diálogo entre os Poderes, entre as instituições, entre as entidades e, principalmente, entre as pessoas e as famílias. “As divergências fazem parte da democracia. A política não pode criar inimigos mortais, a ponto de um destruir o outro. Isso precisa acabar”, ponderou ele.

Nessa linha, o governador Rui Costa acrescentou a necessidade de restabelecer o diálogo entre os estados e a União, resgatar a confiança do Brasil junto aos investidores e melhorar a credibilidade do País no cenário internacional. “O mundo terá um novo olhar sobre o Brasil. Isso vai se materializar no próximo ano e repercutir em novos investimentos. Com a sinalização no cuidado com o meio ambiente, o nosso País irá alcançar o protagonismo e gerar empregos”, destacou.

Defensor do trinômio democracia, livre mercado e segurança jurídica, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou a importância do trabalho da equipe de transição. “Não apenas para que o País possa seguir sem solavancos em sua trajetória, mas para o estabelecimento de um ambiente de diálogo, que favoreça o entendimento e a busca por soluções que ajudem o Brasil a avançar sem comprometer a base econômica”, disse Tadros.

Meio ambiente

Marina Silva, que integra o grupo técnico de Meio Ambiente, frisou que a preservação dos biomas deve ser instrumento de captação de investimentos internacionais, para a geração de empregos no Brasil. De acordo com ela, diversos países, como Alemanha, Noruega e Reino Unido retomaram o diálogo ambiental com o Brasil, após os representantes do futuro governo sinalizarem uma política pautada na segurança democrática.

“Vamos caminhar para a industrialização e para o comércio sustentáveis. O futuro é a bioeconomia. Vamos enfrentar a pobreza em um novo ciclo de prosperidade social, ambiental e política, para fazermos jus ao país do qual fazemos parte”, salientou Marina.

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