CNC: setor de hospedagem e alimentação será um dos mais afetados com o cancelamento do carnaval em 2021

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que os setores de transportes, hospedagem e alimentação serão os mais afetados com o cancelamento do carnaval no Brasil, em 2021, por conta da pandemia do novo coronavírus. No ano passado, a data movimentou aproximadamente R$ 8 bilhões e gerou cerca de 25 mil empregos. Excepcionalmente neste ano, a CNC não fez projeções concretas sobre o carnaval, sobretudo por conta das diferentes decisões de estados e municípios em relação ao feriado.

As companhias aéreas e o transporte rodoviário devem sentir o impacto da não realização da folia e da suspensão do feriado em algumas regiões do País. “Além da movimentação nas capitais do Nordeste, no Rio de Janeiro e em São Paulo, muitas pessoas aproveitam o maior feriado do calendário para fugir das festas, o que movimenta o turismo também no interior e nas pequenas cidades”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC, lembrando que o setor turístico como um todo opera hoje com cerca de 40% do seu potencial de geração de receita.

De acordo com Bentes, o carnaval é responsável, tradicionalmente, por 30% de todo o faturamento do turismo em fevereiro: “Em 2021, o prejuízo acaba sendo ainda maior porque o setor já vem perdendo receita desde o início do ano passado”. A CNC calcula que o segmento, um dos mais afetados pela pandemia, perdeu R$ 261,3 bilhões, de março a dezembro de 2020 – o equivalente a mais de quatro meses de faturamento. “É um estrago enorme, e a recuperação vai demorar, ficando, provavelmente, para 2022, 2023. Já vimos alguma retomada no comércio, agropecuária, indústria, mas, no setor de serviços, não”, destaca o economista da Confederação.

Bentes lembra ainda que o setor de turismo perdeu cerca de 400 mil vagas formais de trabalho em 2020, em decorrência da crise sanitária. “Essas pessoas não vão contar com o carnaval, que é um momento muito importante para geração de renda nesta época do ano”, ressalta. “Neste momento que a economia precisa tanto de emprego, o cancelamento dessa data tem um forte impacto negativo. Isso considerando somente os empregos formais, pois, se ampliarmos para os informais, é muito mais gente afetada”.

Ações e vacina

A CNC e seu Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) vêm se empenhando para que sejam adotadas medidas que contribuam para preservar as empresas e os empregos no setor. O presidente da Confederação, José Roberto Tadros, tem defendido a adoção e continuidade de medidas trabalhistas que permitam às empresas e aos trabalhadores atravessar este difícil momento. Para Tadros, a principal ação capaz de reverter a situação atual será o Brasil conseguir acelerar o processo de imunização da população contra a covid-19. “É isso que vai curar a economia dos males que ela vem sofrendo há mais de um ano”, conclui.

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