Percentual de famílias com contas em atraso aumentou pelo segundo mês consecutivo em agosto de 2019 – De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 64,8% em agosto de 2019, o que representa uma alta em relação aos 64,1% observados em julho de 2019. Também houve alta em relação a agosto de 2018, quando o indicador alcançou 60,7% do total de famílias. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou em agosto de 2019 na comparação com o mês imediatamente anterior, passando de 23,9% para 24,3% do total. Acompanhando a alta do endividamento, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso subiu pelo segundo mês consecutivo. O indicador também aumentou na comparação com o mesmo período do ano anterior. Contudo, as famílias brasileiras se mostraram mais otimistas em relação à sua capacidade de pagamento, e o percentual de famílias que “não terão condição de pagar” caiu tanto na comparação mensal quanto na anual. A redução do comprometimento de renda na comparação mensal e a perspectiva de renda extra com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ajudam a explicar esse resultado.
Seminário de Análise Conjuntural – No último dia 16 de setembro, ocorreu no Centro Cultural da Fundação Getulio Vargas (FGV) o III Seminário de Análise Conjuntural 2019. O primeiro item abordado foi o cenário externo, avaliado por José Júlio Senna. Em sua visão, predominam os sinais de desaceleração, com inflação baixa, Produto Interno Bruto (PIB) baixo, investimento baixo (queda de 30% desde 2014), poupança elevada, em função do envelhecimento populacional e aumento da expectativa de vida, e juros neutros mais baixos. Nas economias desenvolvidas, aumentou o endividamento, tanto do setor público quanto do setor privado, fazendo com que se estabeleça o medo das dívidas e uma preferência por quitá-las rapidamente.
Inova Simples – Com alguns dos principais secretários reforçando o caráter liberal dos seus propósitos, diretrizes e ações, tendo incluídas no discurso expressões como inverter a pirâmide e menos Brasília e mais Brasil, a coerência do governo vem se firmando com o passar do tempo e com a efetividade do que se espera em termos de mudanças com as medidas que vão ser e estão sendo implementadas, paulatinamente. Isso porque, diante do Estado quebrado financeiramente, portanto sem capacidade para investir, o caminho da volta do crescimento passa por reduzir o hiato do produto – diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) e o PIB potencial –, permitindo cada vez mais que a iniciativa privada balize e promova investimentos, atuando em áreas e atividades em que o Estado apresentou baixas eficiência e produtividade, revelando poucas condições de realizações compatíveis com o que o mundo demanda do Brasil para aportar recursos aqui. Assim, nada mais sensato do que disseminar ações disruptivas, fazer diferente do que vem sendo feito há décadas para esperar obter resultados também diferentes. Daí a importância das reformas.