CNC aumenta para 4,6% projeção de crescimento dos serviços em 2021

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A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aumentou para 4,6% a expectativa de crescimento do volume de receitas dos serviços em 2021. A estimativa tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de abril, divulgada nesta sexta-feira (11/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês passado, a expectativa de aumento para o setor havia ficado em 4%, ante os dados negativos de março.

O volume de receitas do setor cresceu 0,7% em abril, uma alta que se enquadra “dentro do esperado” e mantém o crescimento ainda abaixo do nível pré-pandemia. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirma que a resposta do setor tem sido proporcional à gradual evolução da imunização da população e à retomada econômica.

“A população não deixa de consumir porque quer, mas porque precisa. Os governos, não apenas o federal, têm contribuído com auxílios sociais, o que é fundamental para que as pessoas tenham acesso ao básico e paguem suas contas. Mas é preciso avançar no calendário de vacinação para que o nível de isolamento caia e o País volte a circular, assim como a economia”, avalia Tadros.

Segundo a PMS de abril, o volume de receitas do setor segue 1,5% abaixo do de fevereiro de 2020, mês anterior à pandemia. Apenas dois dos cinco grupamentos de atividades obtiveram variações positivas no volume de receitas: serviços prestados às famílias (+9,3%) e de informação e comunicação (+2,5%). Na comparação com abril do ano passado, os serviços apuraram variação de +19,8%. O mês de abril de 2020 marcou o pior momento do setor de serviços desde o início da crise do coronavírus, quando foram computadas variações mensais e anuais de -12,4% e -17,3%, respectivamente.

Turismo opera com 48% da capacidade

O setor turístico segue sofrendo prejuízos recordes na queda de receitas. A CNC aponta que as perdas sofridas pelo setor já somam R$ 355,2 bilhões desde março de 2020, início da pandemia. Os Estados de São Paulo (R$ 142,6 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 43,4 bilhões) concentram mais da metade (52%) do prejuízo nacional apurado pelo setor. O turismo brasileiro ainda opera bem abaixo da sua capacidade: apenas 48% da possibilidade mensal de geração de receitas.

O economista da CNC Fabio Bentes, responsável pelo estudo, explica que a entidade vê obstáculos adicionais para o crescimento do segmento. “Diante das restrições à circulação de turistas nacionais e, principalmente, estrangeiros, a expectativa é que um ritmo mais forte somente aconteça no segundo semestre. Por outro lado, como a base comparativa é baixa, já que ano passado houve queda de 36,6% no volume de receitas do setor, apostamos em um avanço de 16,7% para o turismo este ano”, aponta.

Projeto Vai Turismo

As dificuldades enfrentadas por um dos segmentos vitais da economia levaram a CNC a pensar em uma ação que proponha mudanças reais e práticas. No próximo dia 22, a entidade lança o projeto Vai Turismo – Rumo ao Futuro, por meio do qual quer sensibilizar autoridades e subsidiar ideias de propostas para as eleições de 2022. Alexandre Sampaio, diretor responsável pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC, explica a iniciativa. “Funcionará como uma consulta pública, envolvendo diferentes atores do trade turístico. Ao final, formulará propostas de políticas públicas que serão entregues aos candidatos nacionais e regionais a cargos do Poder Executivo”, explica.

Acesse a análise completa da Divisão Econômica da CNC sobre os serviços (PMS)

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