ENTREVISTA: Magno de Souza

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O empresário, dono da Roraima Adventure, trabalha com turismo desde 1996, começou como organizador de viagens e guia e, em 2002, formalizou sua empresa. Magno fala ao Portal do Comércio e à revista CNC Notícias da importância socioeconômica do setor. Ele acredita que Roraima é o novo destino turístico do Brasil e o Monte Roraima, seu principal roteiro.

Como empresário, acredita que o setor pode melhorar a qualidade de vida dos moradores em Roraima?

Sou um sonhador e visionário do turismo, trago isso no peito e na alma há mais de 30 anos, sempre levando a imagem de Roraima como um lugar pouco explorado e de belezas surpreendentes, sobretudo valorizando as diversas etnias e comunidades indígenas da nossa terra. Como pioneiro no turismo receptivo e de natureza, tenho contribuído para que o setor se desenvolva e hoje vejo com alegria muitos sonhos se tornando realidade. Sinto-me feliz e realizado ao ver tantos novos produtos, diversas agências se instalando, guias sendo formados, empresários vivendo do turismo, levando as pessoas a conhecer nossas belezas. É motivo enorme de alegria e realização ver que o turismo já se tornou uma realidade para o Estado de Roraima.

 Qual o principal roteiro turístico em Roraima?

O Monte Roraima é o ícone turístico do Estado, tanto que deu nome ao nosso estado de Roraima

Por que o Monte Roraima atrai tanto os turistas, tanto do Brasil como de outros países?

Há vários motivos: é o sétimo ponto mais alto do Brasil, faz parte de um local com mais de 2,6 bilhões de anos, ou seja, é anterior ao surgimento da vida no Planeta (bem antes dos dinossauros). Tem uma flora e uma fauna endêmicas, ou seja, que existem única e exclusivamente no Monte Roraima, com espécies pré-históricas, além dos cenários surreais formados pelas rochas desgastadas pelo vento e pelas águas e, por fim, é um destino desejado pelos amantes do ecoturismo de trekking.

É uma viagem considerada difícil? Precisa de um bom preparo físico?

É considerada de nível médio em dificuldade, é acessível por caminhada a qualquer pessoa que esteja com a saúde em dia. Não precisa estar na melhor forma, basta apenas não ter restrições que impeçam caminhar por vários dias.

Existem restrições para determinadas idades?

O mais novo que levamos tinha 8 anos, e o mais idoso tinha 82 anos.

A fronteira entre Brasil e Venezuela foi reaberta. A excursão para o Monte

Roraima é segura?

Sim, a Venezuela criou condições para que o turismo pudesse ser retomado com garantia da segurança dos turistas, desde, é claro, que estejam acompanhados por profissionais (guias e agências cadastradas).

O Monte Roraima está localizado no Parque Nacional Canaima, na tríplice fronteira entre os países Venezuela, Guiana e Brasil. Mas, para subir o monte, só por território venezuelano?

No formato trekking, ou seja, caminhando, é somente pela Venezuela. Há um projeto em andamento para acesso pelo lado brasileiro, pelos lados da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, mas ainda não está totalmente operacional.

Além da experiência na subida, o turista encontra no Monte Roraima um “mundo perdido”. Pedras com vários formatos mexem com o imaginário dos turistas. O local já foi inspiração para filmes, como a animação Up-Altas aventuras?

Sim. O Monte Roraima é um lugar surreal. A névoa constante passando pelas formações rochosas esculpidas pela ação dos ventos e da água inspira cenários interessantes.

Qual a principal atração no topo do Monte Roraima?

Há diversos lugares muito interessantes e alguns ainda pouco conhecidos; porém, podemos ainda destacar: o paredão do lado brasileiro que oferece um cenário deslumbrante para ver o sol nascer, o Lago Gladys no lado guianense, a Proa, as jacuzzis naturais, La Ventana e o marco da tríplice fronteira.

O que falta para melhorar o turismo em Roraima?

Há muito o que melhorar, esse é um processo que nunca termina. Atualmente, os órgãos públicos (Governos Estadual e Municipal, por meio de suas secretarias, departamentos e fundações aliadas às iniciativas privadas) têm construído um cenário propício para que o turismo se transforme numa fonte de receita mais relevante para, assim, colocar o Estado como destino nos cenários nacional e internacional.

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